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As doenças crónicas e debilitantes: a importância da investigação
Atualmente, vivemos num mundo onde predominam os hábitos menos saudáveis. Apesar dos vários incentivos feitos para tentar incutir um estilo de vida mais saudável, a verdade é que a obesidade, o tabagismo, o alcoolismo e uma constante exposição à poluição atmosférica, continuam a uma das causas de doenças crónicas ou debilitantes na população portuguesa, como por exemplo as doenças cardiovasculares (a doença vascular cerebral e a doença coronária), a diabetes mellitus tipo 2, as doenças degenerativas osteoarticulares e a doença pulmonar obstrutiva crónica.
Segundo a legislação portuguesa, uma doença crónica define-se como uma doença de curso prolongado, com evolução gradual dos sintomas. Esta é potencialmente incapacitante e pode afetar a função psicológica, fisiológica ou anatómica do doente. Estas doenças podem ter repercussões acentuadas na vida social e, apesar de não terem cura, têm possibilidade de serem controladas podendo o doente manter uma boa qualidade de vida. As doenças debilitantes podem afetar os pacientes de várias formas, designadamente na parte motora e cognitiva. O seu tratamento constitui um enorme desafio social e médico e nem sempre as respostas que existem são realmente eficazes ou contribuem para uma melhoria da qualidade de vida dos doentes.
Além dos hábitos e estilos de vida, a história familiar e o envelhecimento da população são fatores importantes a considerar. Fatores genéticos (hereditários) podem ser uma das explicações para o aparecimento de alguns cancros ou doenças debilitantes. O envelhecimento da população, por seu lado, está associado ao risco de doenças crónicas que têm aumentado de forma exponencial nas últimas décadas. O impacto e a importância destas doenças têm-se tornado alarmantes, fundamentalmente devido à previsão da OMS para as próximas décadas, de que a população com mais de 60 anos passará dos atuais 841 milhões para 2 biliões até 2050. Assim, as doenças crónicas e/ou debilitantes e o bem-estar da terceira idade serão os novos desafios da saúde pública global.
Apesar dos progressos que têm sido feitos nos últimos anos, há ainda muitas doenças crónicas e debilitantes para as quais ainda não há tratamento disponível. Os tratamentos existentes tornam-se ainda mais difíceis de administrar em idosos, pois a sua condição mais debilitada já não permite alguns tipos de medicação. No caso dos cancros, os idosos não suportam níveis tão altos de quimioterapia e as células malignas apresentam maior resistência aos tratamentos e alterações genéticas de pior prognóstico. Para além disso, um idoso pode apresentar disfunções orgânicas, como a insuficiência cardíaca, renal ou hepática, que impedem a utilização de determinadas famílias de fármacos eficazes ou obrigam a uma redução significativa da dose aplicada.
A investigação contínua nestas áreas torna-se, assim, cada vez mais importante, seja na procura de tratamentos, como em meios que facilitem e antecipem o diagnóstico destas doenças. Neste contexto, será bem-vindo qualquer estímulo para a investigação de soluções clínicas e não clínicas, que contribua para tornar os doentes mais autónomos do ponto de vista da gestão da doença. A melhoria do acesso aos cuidados de saúde e a inovação nos tratamentos existentes poderão contribuir para melhorar a qualidade de vida dos doentes com patologias crónicas, em especial os mais idosos.