Relação entre Prognóstico do Melanoma e o Momento do Tratamento A Propósito dos Tempos de Espera em Medicina…
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Relação entre Prognóstico do Melanoma e o Momento do Tratamento A Propósito dos Tempos de Espera em Medicina…

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Grupo Lusíadas Saúde
Director Geral da InfoCiência

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Todos temos bem presente a importância do tempo de espera em Medicina.

Seja para uma consulta, para um exame ou para um tratamento, a noção de ter de esperar colide com a necessidade dessa consulta, exame ou tratamento e gera uma inevitável sensação de perplexidade perante a oposição entre dois conceitos tão antagónicos como são: estar doente e esperar.

Compreendemos as limitações humanas e logísticas dos sistemas de saúde e entendemos também que existem tempos de espera que podem ser considerados razoáveis, embora essa razoabilidade deva (ou devesse) ser aferida com base em critérios clínicos rigorosos e, portanto, deva (ou devesse) ser determinada numa base plenamente individualizada.

Este artigo1, que está em fase de pré-publicação no Jornal da Academia Americana de Dermatologia, ilustra de um modo eloquente todo o impacto que esperar pode ter na vida de um paciente.

O estudo aqui apresentado resultou da análise de dados referentes a mais de 153.000 norte-americanos com diagnóstico de melanoma (estadios 1 a 3) entre 2004 e 2012. Esses elementos foram recolhidos a partir da National Cancer Database.

A avaliação deste enorme manancial de informação permitiu demonstrar que, independentemente do estadio do melanoma, os pacientes que esperaram mais de 90 dias pelo tratamento cirúrgico exibiam uma maior probabilidade de morrer.

Mesmo um adiamento da cirurgia por um período superior a 29 dias determinou menores taxas de sobrevida em pacientes com melanoma em estadio 1, embora tal não se tenha verificado para os melanomas em estadio 2 ou 3.

Em comparação com pacientes tratados nos primeiros 30 dias, os doentes com melanoma em estadio 1 tratados entre 30 e 59 dias apresentaram uma probabilidade 5% mais elevada de morrer. Esse risco subiu para 16% se o tratamento ocorria entre os dias 60 e 89, para 29% se ocorresse entre os dias 91 e 120 e para 41% se o tratamento só fosse instituído após 120 dias.

São dados muito relevantes e que suscitam dois tipos de reflexão.

Por um lado, é essencial investir cada mais na prevenção primária e na informação sobre saúde.

Populações mais bem informadas estão mais aptas a reconhecer e a valorizar alterações no seu estado de saúde e a entender que um atraso na procura de cuidados médicos pode afectar de um modo significativo o prognóstico clínico.

Embora seja verdade que vai sendo cada vez menos comum encontrar doentes com formas avançadas de doença, neoplásica ou outra, que só muito tardiamente recorrem ao médico, o facto é que tal ainda sucede, por medo ou por ignorância. E é importante combater os dois.

Nunca dispusemos de tantas ferramentas de comunicação que nos permitem chegar às pessoas e fornecer-lhes dados sobre saúde, sobre a importância do diagnóstico precoce, sobre a validade das consultas de rotina, sobre a crescente eficácia e segurança dos meios de diagnóstico e de tratamento. E essa comunicação deve persistir, deve crescer, encontrar novas modalidades, adaptar a sua linguagem às populações-alvo e tornar todos os temas relacionados com a saúde cada vez mais simples e acessíveis.

Por outro lado, no que se refere aos serviços de saúde, a gestão dos tempos de espera para marcação de consultas, de exames e de tratamentos, médicos ou cirúrgicos, é crucial. Perante um paciente que deseja ser consultado, outro com um diagnóstico que aguarda validação ou ainda outro que tem indicação terapêutica já formalizada, é imperativo entender que estamos perante pessoas que estão a sofrer, que têm dúvidas ou que apresentam uma condição clínica para a qual o tempo verdadeiramente conta. E esta gestão do tempo em Medicina, apesar de ser necessariamente complexa, traz consigo esta dimensão de enorme responsabilidade.

Isto significa que todos os intervenientes no processo de marcação de uma consulta, de um exame ou de um tratamento devem possuir a formação e a sensibilidade para captarem este sentido de prioridade e do impacto clínico do tempo na vida dos pacientes.

Ver um paciente com uma ciatalgia ser consultado, o seu médico pedir uma ressonância com indicação expressa de urgência e saber que esse exame é marcado para seis meses depois (recorro a um exemplo de um familiar próximo) constitui a negação de tudo aquilo que devem ser os cuidados de saúde, destrói a essência da sua missão, aumenta os custos com os tratamentos e a incapacidade profissional e, acima de tudo, coloca a vida dos doentes em risco, por permitir a progressão de doenças como a que serve de modelo no estudo aqui relatado é um exemplo paradigmático.

Como comecei por referir, podemos compreender as dificuldades orçamentais e logísticas, podemos entender o enquadramento político e social mas não podemos nem devemos esquecer que, mais vezes do que deveria acontecer, a vida ou morte de um paciente se decide, não num gabinete médico ou num bloco operatório, mas sim num gabinete administrativo ou num contact center.

E nada disto é aceitável. Se, para lá das vulnerabilidades inerentes à própria Medicina, é ainda hoje possível perpetuar esta variável sem rosto e sem alma que determina atrasos decisivos no tratamento dos pacientes, estamos perante duas forças em confronto: a da evolução dos cuidados médicos e a que retarda o acesso a esses cuidados.

É um confronto irracional e injusto que urge resolver. E não ficar à espera… 

1 Conic, Ruzica Z. et al., Determination of the impact of melanoma surgical timing on survival using the National Cancer Database, Journal of the American Academy of Dermatology, in press

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