28 Set, 2018

Uma em cada três mortes fetais na Europa ocorre antes das 28 semanas de gestação

Uma em cada três mortes fetais na Europa ocorre antes das 28 semanas de gravidez, mas os dados oficiais têm sido subestimados, segundo um estudo publicado hoje na revista The Lancet.

“Há grandes e sérias lacunas no nosso conhecimento do peso dos nados mortos, que pode ter impactos imprevisíveis nas famílias. Para uma mãe ou pai, um nado morto no segundo trimestre de gravidez não é menos trágico do que às 28 semanas ou mais tarde. Esses pais também merecem reconhecimento da sua perda e um registo preciso da morte do seu filho, de forma a melhorar os cuidados e as políticas”, afirma a médica e investigadora que liderou a pesquisa, Lucy Smith, da Universidade de Leicester, Reino Unido.

O estudo analisou dados sobre 2,5 milhões de bebés em 19 países europeus, incluindo Portugal, e concluiu que o número de nados mortos foi subestimado em pelo menos um terço, devido às recomendações para só registar como nados mortos fetos a partir das 28 semanas de gestação.

Os investigadores advogam a necessidade de ter registos precisos e consistentes dos óbitos fetais a partir das 22 semanas, para que “a verdadeira carga” da mortalidade fetal possa ser compreendida e para que o impacto sobre as famílias seja reconhecido.

Foram analisados dados de 19 países europeus sobre resultados da gravidez a partir das 22 semanas de gestação entre 2004 e 2015 para calcular as taxas globais de mortalidade fetal e as variações por idade gestacional e por país.

Da análise dos dados ao longo desses doze anos, os investigadores concluem que houve “melhorias consistentes” na redução da mortalidade fetal a partir das 24 semanas de gestação.

Entre 2004 e 2015, a taxa global de mortes fetais entre as 24 e as 28 semanas de gestação diminuiu de 10 por cada 10 mil nascimentos para sete por cada 10 mil nascimentos, uma redução de cerca de 25%.

LUSA

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