17 Fev, 2021

SNS tinha menos 800 médicos em dezembro do que no início da pandemia

Aumento das aposentações e saídas para o privado explicam parte da diminuição. Por outro lado, houve um aumento do número de enfermeiros.

O saldo é factualmente negativo. No final de 2020, o SNS contava com menos 800 médicos em comparação com o final do mês de março (mês em que a pandemia de SARS-CoV-2 chegou a Portugal).

Os dados da Direção-geral da Administração e do Emprego Público, citados pelo DN, indicam que o final do primeiro trimestre do ano (janeiro a março) existiam 31 898 clínicos. Contudo, no final de dezembro, eram 31 098, ou seja, menos 800 médicos, correspondendo a uma queda de 2,5%.

Parte da diminuição do contingente de médicos no SNS é explicada pelas aposentações, cujo ritmo tem vindo a acelerar nos últimos anos. Está, aliás, prevista a reforma 3.200 médicos nos próximos três anos. O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, diz que se tratam de 1.500 médicos de família e cerca de 1.700 médicos hospitalares.

Contudo, outra parte deve-se a saídas para o setor privado e para o estrangeiro, onde os médicos têm melhores condições de trabalho e perspetivas de evolução na carreira.

“Um exemplo: abre-se um concurso para ortopedistas para um serviço hospitalar no Algarve que tem um quadro para 10 especialistas, mas só tem dois a trabalhar. Alguém se arrisca a concorrer, sabendo que vai para um serviço onde podem ficar apenas três médicos a fazer o trabalho de 10 ?”, questiona Mário Sardinha, do SIM.

Outros “não querem ir para longe da família e preferem ficar à espera do concurso do ano seguinte”. Por causa da pandemia, os concursos estão atrasados e, como já vem sendo hábito, os que abrem não preenchem todas as vagas (30 a 35% dos lugares ficam, em média, vazios).

No último concurso da primeira época de colocação de médicos recém-especialistas, em que foram abertas 911 vagas para a área hospitalar, só foram aceites 584 contratos. Do concurso de segunda época, com 250 vagas, ainda não se conhecem os resultados.

 

Mais enfermeiros

 

Já em relação aos enfermeiros e auxiliares o aumento foi bastante expressivo, em comparação com o primeiro trimestre do ano passado. Regista-se um saldo positivo de mais 2921 profissionais, isto é, um crescimento de 6%.

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