28 Out, 2020

SNS já está a transferir doentes com Covid-19 para o privado

Dez doentes foram transferidos do Hospital de Penafiel para uma unidade privada. ARS de Lisboa também já pediu levantamento da camas privadas na região.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) já começou a transferir doentes com covid-19 para o sector privado. Pelo menos dez doentes, vindos do Hospital de Penafiel, já foram encaminhados para o Hospital-Escola Fernando Pessoa, em Gondomar. Esta instituição privada de saúde garante que pode receber mais 20 doentes se for necessário, avança o jornal Público.

Para já só foi uma firmada uma convenção de colaboração, precisamente esta, entre o Hospital-Escola Fernando Pessoa e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte. O acordo prevê a transferência de doentes de hospitais do distrito do Porto. Para já, apenas o Hospital de Penafiel (que tem estado sob intensa pressão nos últimos dias, devido à elevada afluência de doentes Covid às urgências) necessitou de transferir doentes, não só para o privado, mas para outros hospitais públicos da região.

O Hospital-Escola Fernando Pessoa refere que a colaboração com o SNS é frequente, sendo acionada também em anos normais, quando ocorrem “picos de gripe”. Segundo escreve o Negócios, a ARS do Norte está também em conversações com o Grupo CUF e com o grupo Lusíadas para que possam também receber doentes do SNS.

À semelhança da ARS do Norte, sabe-se agora que a ARS Lisboa e Vale do Tejo também já pediu um levantamento, no final da semana passada, da capacidade das unidades privadas para ajudarem o SNS no combate à pandemia.

Apesar de disponíveis, os hospitais privados, através da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), criticam a falta de um plano concreto que norteie a mobilização e organização de recursos. Segundo o presidente da APHP, Óscar Gaspar, foi a tutela que rompeu, de forma unilateral, a colaboração com o setor privado, ainda em abril.

“Entre 26 de Março e 12 de Abril recebemos cerca de cinco mil portugueses com covid, estiveram internadas, por norma, à volta de 120 pessoas, e nos cuidados intensivos também à volta de 10 ou 11 pessoas por dia durante esse período. A partir daí, não houve contactos com o Ministério da Saúde”, refere Óscar Gaspar.

Contudo, perante uma segunda vaga que se espera ainda pior do que a primeira, Marta Temido já garantiu que está a ser preparado o encaminhamento, para o sector privado e social, de doentes que vejam as suas cirurgias e exames cancelados por causa da pressão sobre as unidades do SNS.

TC/SO

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