Sindicatos de enfermeiros recusam contraproposta do Governo e mantêm reivindicação salarial
A plataforma que reúne cinco sindicatos de enfermeiros recusou a contraposta de valorização salarial apresentada pelo Governo, mantendo a reivindicação de aumento de duas posições remuneratórias para todos os profissionais de enfermagem.

“Nenhuma das cinco estruturas de enfermeiros que estão aqui representadas se sente completamente satisfeita com aquilo que foi apresentado” na reunião negocial que decorreu com o Ministério da Saúde, adiantou à Lusa o presidente do Sindicato dos Enfermeiros (SE).
Segundo Pedro Costa, perante a recusa da contraposta apresentada nas negociações, a plataforma sindical – que junta o SE, o Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU), o Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE), o Sindicato Independente Profissionais Enfermagem (SIPENF) e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR) – pretende agendar uma nova reunião já para a próxima semana.
“O que nós propusemos era duas posições remuneratórias da tabela da carreira de enfermagem divididas em três anos. O que nos está a ser proposto agora é uma posição remuneratória e meia em três anos. Não aceitamos isso”, referiu o dirigente sindical. “Não abdicamos dessa posição”, garantiu Pedro Costa, ao avançar que o ministério de Ana Paula Martins ficou de “analisar a proposta para 2026 e 2027”.
A reunião de ontem decorreu depois de na última ronda negocial, no final de julho, o Governo ter retirado a sua proposta de aumento de 52 euros para os enfermeiros que entravam, pela primeira vez, em cada uma das categorias.
Face a esta evolução nas negociações, o presidente do SE considerou que já foi possível dar “um salto gigante em relação à última reunião”, tendo em conta que a contraproposta apresentada pelo Governo representa uma valorização salarial de cerca de 200 euros.
“Há possibilidade de uma aproximação numa altura em que os enfermeiros vão ser necessários para o plano de inverno, em que vamos começar com a vacinação, é preciso mostrar um sinal de força”, salientou Pedro Costa.
Também em declarações à Lusa, a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Guadalupe Simões, disse que a estrutura sindical tinha marcada uma reunião, mas que foi adiada pelo Ministério da Saúde para a próxima semana, sem indicar ainda a data, alegando que “ainda estava a trabalhar no processo”.
Guadalupe Simões adiantou que o SEP estava à espera que fosse apresentado na reunião adiada uma proposta que valorize a grelha salarial dos enfermeiros. Segundo a dirigente sindical, a proposta deve valorizar o início da grelha na categoria de enfermeiro e de enfermeiro especialista e todas as posições remuneratórias de todas as categorias.
O SEP tem agendada uma greve para 24 e 25 de setembro e uma concentração para 25.
LUSA
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