10 Fev, 2020

São João quadruplica em um ano número de consultas de obesidade

O Centro Hospitalar Universitário de São João quadruplicou o número de primeiras consultas através da criação do Centro de Responsabilidade Integrado.

Foto: Global Images

“Melhoramos a gestão, o acesso e os tempos de resposta. Em termos práticos e técnicos, o que aconteceu é que quadruplicámos o número de primeiras consultas. Passamos de um histórico de 400 por ano para 1.600“, referiu o diretor do CRI de Obesidade do CHSJ.

John Preto também destacou que este serviço, que entrou em funcionamento em janeiro deste ano, “duplicou o número de intervenções cirúrgicas” e teve “o mérito de conseguir ocupar melhor o espaço, neste caso o bloco operatório”.

“A atividade neste modelo novo de gestão, permitiu gerir melhor os recursos que temos para os utentes, em termos de resposta e de acesso”, referiu, ainda, o responsável, que falava aos jornalistas à margem de uma sessão de apresentação de resultados na qual participou o ex-ministro Adalberto Campos Fernandes.

Campos Fernandes considerou os resultados deste CRI de Obesidade “esmagadores”, aconselhando outros hospitais “a seguir o exemplo” do São João e a criarem centros semelhantes nesta e em outras áreas.

“A obesidade é um problema de saúde pública que em Portugal tem uma magnitude muito grande. Muitas destas pessoas não têm dinheiro para ir ao privado. (…) Dar resposta a esses doentes é um imperativo de saúde pública”, referiu o antigo ministro.

Depois de ter sido proposto à tutela em março de 2018, o CRI de Obesidade do CHUSJ iniciou atividade em janeiro do ano passado e trabalhou com 41 profissionais de áreas como cirurgia, psicologia, nutrição, enfermagem e endocrinologia, entre outras especialidades.

De acordo com dados apresentados hoje, o internamento em 2018 nestes casos rondava os 4,46 dias, enquanto agora está em 2,47, o que corresponde a um objetivo cumprido em 121%, tendo John Preto destacado que graças a estes números e a este CRI “foram libertadas camas no hospital para outras necessidades”.

Quanto ao número de doentes com tempo de espera superior a um ano, esse passou de 2.792 em 2018 para 958 em 2019. Já o total de cirurgias foi de 580 em 2019, enquanto no ano anterior se realizaram, nesta área, 273.

Soma-se o número de inscritos para cirurgia com tempo espera superior a um ano que em 2018 era de 98 doentes e em 2019 foi zero. “Não temos doentes à espera de cirurgia e não tivemos de mandar nenhum doente para outra instituição em 2019. A meta de desempenho do CRI de Obesidade foi de 84,3%”, disse John Preto durante a apresentação.

Já à margem da sessão, quando questionado sobre novos objetivos, o responsável disse que queria “manter o conseguido em 2019 e tentar implementar novos desafios” em 2020, “como não haver nenhum doente à espera de consultas”. “

“Já conseguimos isso nas cirurgias e agora o nosso desafio é nas consultas externas”, destacou.

SO/LUSA

 

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