4 Dez, 2018

Estudo revela que obesidade aumenta risco de asma pediátrica

Dez por centro dos casos de asma pediátrica poderiam ser evitados se a obesidade infantil fosse eliminada, sugere um estudo hoje publicado na revista Pediatrics.

O estudo, que analisou dados de mais de 500 mil crianças nos Estados Unidos da América (EUA), sugere que a obesidade pode ser responsável por cerca de um quarto (23 a 27%) da asma em crianças obesas.

“A asma é a doença crónica número 1 nas crianças e algumas das causas, como genética e infeções virais durante a infância, são coisas que não podemos evitar”, disse Jason E. Lang, médico e professor associado de pediatria da Duke University Medical Center e um dos principais autores do estudo, citado em comunicado. ” A obesidade pode ser o único fator de risco para asma infantil evitável. Esta é mais uma evidência de que manter as crianças ativas e com um peso saudável é importante”, conclui. A mesma opinião é partilhada por Terri Finkel, médico doutorado e diretor científico do Nemorus Children’s Hospital, em Orlando, entidade que liderou esta investigação:  “Abordar a obesidade infantil deve ser uma prioridade para ajudar a melhorar a qualidade de vida das crianças e ajudar a reduzir a asma pediátrica”, afirmou, citado numa nota divulgada pelo hospital.

Para o estudo, os investigadores analisaram dados relativos a 507.496 crianças em mais de 19 milhões consultas, em seis grandes centros de saúde infantil. A informação recolhida foi inserida numa rede de dados de investigação clínica chamada PEDSnet, entre 2009 e 2015.

As crianças classificadas como obesas tiveram um aumento de 30% no risco de desenvolver asma em relação às crianças que apresentavam um peso saudável. As crianças que tinham excesso de peso, mas que não eram obesas também tiveram um aumento de 17% no risco de asma em comparação aos jovens com peso saudável.

Os investigadores calcularam o risco de asma utilizando vários modelos, que ajustaram a fatores de risco como sexo, idade, status social e económico e alergias.

O investigador Lang reconhece que o estudo tem várias limitações, como os dados terem sido recolhidos em consultas e não num ambiente de investigação clínica controlada. O autor considera que serão necessários mais testes para provar que o excesso de peso e a obesidade têm um efeito direto no desenvolvimento de asma.

Mónica Abreu Silva

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