4 Mai, 2018

ONG alerta para doença que está a cegar habitantes de província angolana

Pelo menos 700 pessoas na província do Bié já foram diagnosticadas com oncocercoce e 30% desses casos já estão no estado de cegueira, revelou hoje uma Organização Não-Governamental (ONG).

O alerta foi dado pela ONG Solidariedade Evangélica de Angola (SOLE), que das 700 consultas realizadas diagnosticou casos de oncocercose filária. A oncocercose ou cegueira dos rios é uma doença endémica em Angola, que integra o grupo de doenças tropicais negligenciadas.

O médico especialista em oftalmologia, líder da equipa que trabalhou durante 15 dias pela 12.ª vez no Bié, Steven Cole, apelou para que as autoridades sanitárias angolanas realizem campanhas de prevenção contra a doença.

“É tempo para o Governo aplicar as forças para prevenir esta doença prevenível, não é uma doença sem solução, é uma doença que é completamente prevenível, mas precisa de campanhas de tratamento (…) “, disse o médico em declarações emitidas pela rádio pública angolana.

A cegueira dos rios é transmitida de pessoa para pessoa pela picada da “mosca preta”, que é o hospedeiro intermediário do parasita e tem como ‘habitat’ os rios e riachos com curso rápido de água. O mapeamento da oncocercose, doença que afeta a pele, olhos e tecido linfático, em Angola iniciou-se, numa primeira fase em 2002, usando a metodologia de Mapeamento Epidemiológico Rápido de Oncocercose (REMO).

O Plano Estratégico Nacional de Doenças Tropicais Negligenciadas 2017-2021, consultado pela Lusa, refere que os resultados do REMO (2002-2011) indicam que a oncocercose é endémica em nove das 18 províncias do país, nomeadamente Bengo, Benguela, Moxico, Lunda Sul, Lunda Norte, Huíla, Cuando Cubango, Cuanza Norte e Uíge.

Entretanto, os resultados de mapeamento com biopsia (2015-2016) mostram que as províncias do Bié, Huambo e Cuanza Sul também são endémicas.

No referido documento é sublinhado que as províncias do Bié e do Huambo deveriam receber a primeira campanha comunitária para o tratamento de oncocercose nos finais de 2017, com apoio de implementação dos parceiros.

LUSA/SO

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