OE é para todos os portugueses e tem de ser sustentável, defende Mário Centeno
Em entrevista hoje publicada no jornal Público, Mário Centeno salienta que o Orçamento do Estado (OE) “é um exercício complexo e para todos os portugueses”.
“Temos em nome de todos os portugueses, de propor um orçamento que seja sustentável, que olhe para o futuro e mostre a continuação do caminho que temos vindo a seguir até aqui. Ninguém iria entender que não fizéssemos exatamente isto e, portanto, não gostaria de singularizar num só tópico. Temos um orçamento, repito, que é para todos os portugueses e que tem de ser sustentável”, disse.
A saúde é um dos temas abordados na entrevista ao Público, com o ministro das Finanças a salientar que este setor viu um reforço de investimento nos últimos três anos.
“Nós temos reforçado e muito o investimento. No setor da saúde, por exemplo”, disse acrescentando que a saúde é “um tema muito sensível e que tem de ser discutido com enorme clareza, porque os interesses envolvidos são muito grandes”.
“É factual que a despesa orçamentada na Saúde em 2018 é de 700 milhões de euros superior à de 2015. E corremos o risco de, como em 2016 e 2017, a despesa realizada vir a ser superior à orçamentada. É muito dinheiro, é um crescimento entre 8% a 9% do orçamento da saúde em três anos”, disse.
Questionado sobre as denúncias de vários profissionais sobre a falta de condições e investimento no setor, Mário Centeno disse “não ser possível que, num sistema que tem dezenas, centenas de serviços dispersos, no caso da Saúde a funcionar 24 horas” se possa ter “a presunção de dizer que não há situações que não devam ser acomodadas”.
O governante diz, contudo, que alguns “estudos de opinião que têm sido feitos têm demonstrado que a esmagadora maioria dos portugueses está satisfeita e considera que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é suficiente, bom ou muito bom”.
Ainda sobre o setor da saúde e no que diz respeito à base de dados da administração pública, Centeno adiantou que o concurso já foi concluído, a escolha da empresa foi feita e vai ser implementada, sendo a expectativa de que seja até ao fim do ano.
Sobre se as cativações vão ser inferiores, Centeno diz que o objetivo é “cumprir o défice, que os serviços públicos funcionem e que haja verbas ao longo de todo o ano”.
“O pior erro que um ministro das Finanças pode cometer é comprometer o mesmo euro duas vezes. E infelizmente, Portugal tem uma longa história de comprometer o mesmo euro duas vezes. Não podemos voltar a esse tempo ”
LUSA/SO