6 Set, 2019

Novo questionário visa assinalar falhas nos cuidados a portadores de cancro hereditário

Cancro hereditário afeta 5 a 10% dos pacientes oncológicos, sendo urgente recolher dados para que se possa apostar na prevenção.

©Michael Dalder

A associação Evita – Cancro Hereditário, juntamente com a consultora IQVIA, está a desenvolver um inquérito para os doentes oncológicos e portadores da mutação, ainda que estes últimos sejam saudáveis, de forma a perceber quais foram os principais obstáculos antes e depois de realizarem o teste genético ou de diagnóstico, avança hoje o jornal Expresso.

Tamara Hussong Milagre, presidente da associação Evita, afirma que, devido ao pouco (ou nenhum) conhecimento da “realidade do cancro hereditário em Portugal”, e havendo já no mercado “um teste para verificar se uma pessoa é portadora da mutação genética que predispõe ao desenvolvimento do cancro” que pode ser, inclusive, comprado online, os resultados são “lidos sem qualquer acompanhamento especializado, o que é altamente desaconselhável”.

De forma a combater este problema e ainda aumentar uma consciencialização do que implica ser portador de um cancro hereditário foi criado este novo inquérito, cujos resultados serão apresentados no 16º Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Oncologia, a decorrer entre o dia 28 e 30 de novembro. Isto porque, como diz a responsável pelo projeto ao Expresso, querem “atingir uma elevada participação, pois é fundamental ter um número representativo de respostas para garantir consequências em prol do portador”.

É precisamente devido à falta de dados que se torna difícil o combate ao cancro hereditário, que pode ser evitado através da prevenção (tipo de cancro este que afeta entre 5 a 10% dos pacientes oncológicos).

“Não existe informação nacional sobre o cancro hereditário em Portugal. Não temos linhas orientadoras e desta forma não podemos elaborar uma estratégia para todo o país”, esclarece Tamara Hussong Milagre.

Para tornar esta iniciativa viável, existe um vasto trabalho de profissionais de norte a sul do país, que laboram em regime de voluntariado.

“Todos os dias recebemos contatos de pessoas preocupadas com o risco de desenvolver cancro devido à hereditariedade e é importante aumentar o nível de conhecimento”, conclui a responsável em entrevista ao jornal.

 

EQ/SO

 

 

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