27 Mai, 2020

Milhões de mulheres continuam sem diagnóstico ou tratamento da dor crónica

Na Europa e em Portugal, a dor crónica é mais prevalente no sexo feminino, por ser uma doença associada a condições ou doenças que advém da própria gravidez ou desencadeadas por infeções.

Milhões de mulheres continuam sem diagnóstico ou tratamento da dor crónica

No Dia Mundial da Saúde da Mulher, que se assinala no próximo dia 28 de maio, a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) relembra a prevalência da dor crónica nas mulheres que, apesar dos elevados números, permanecem subdiagnosticadas e sem tratamento adequado às suas necessidades.

“Neste Dia Mundial da Saúde da Mulher é fundamental compreender que existe uma necessidade urgente no acesso ao tratamento e gestão da dor das mulheres para que estas possam melhor a sua saúde e qualidade de vida”, afirma Dra. Ana Pedro, Presidente da APED.

Entre os tipos de dor que afetam o género feminino e que têm um impacto significativo na sua qualidade de vida, destaca-se a dor ginecológica, uma dor sentida na região pélvica ou sacrolombar, cuja intensidade, duração e localização é variável de pessoa para pessoa e que é um dos motivos mais frequentes das consultas ginecológicas.

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Esta pode caracterizar-se por dor pélvica crónica, dismenorreia, doença inflamatória pélvica e síndrome pré-menstrual.

 

  • A dor pélvica afeta mais as mulheres do que os homens porque o organismo destas está sujeito a mais alterações, como mudanças hormonais cíclicas, alterações durante a gravidez, o stress psicossocial, outras modificações durante e depois da gravidez e os ajustes que ocorrem durante a menopausa.
  •  A dismenorreia, por sua vez, afeta entre 16 a 91% das mulheres férteis e é uma dor pélvica mais intensa do que o mal-estar que acontece habitualmente durante a menstruação.
  • A doença inflamatória pélvica ocorre quando microrganismos patogénicos, habitualmente de transmissão sexual, atravessam as barreiras naturais da vagina e o colo do útero e chegam à cavidade uterina, causando endometrite (infeção do endométrio), salpingite (infeção das trompas de Falópio) e abcessos tubo-ováricos.
  • A síndrome pré-menstrual afeta entre 30 a 40% das mulheres em idade reprodutiva e ocorrem na segunda metade do ciclo menstrual, ou seja, 14 dias antes da menstruação.

Também na gravidez, o corpo da mulher passa por muitas alterações físicas e, consequentemente, podem ocorrer dores localizadas ou generalizadas, que aparecem e desaparecem, ou que podem persistir ao longo de toda a gestação. A maioria destas dores são fisiológicas e surgem na sequência da própria gravidez. Mas outras dores podem ser patológicas e desencadeadas por infeções ou doenças causadas, ou não, pela gravidez. As dores mais habituais são as cefaleias, dor na parte inferior do abdómen ou virilhas, dor de costas, dor e mal-estar nas pernas e nos pés, dor mamária e dor uterina.

A fibromialgia, em que 80 a 90% dos casos diagnosticados são mulheres, a lombalgia, a artrite reumatoide, a osteoartrose, a disfunção da articulação temporomandibular e as cefaleias são também muito prevalentes na população feminina.

SO/CO

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