9 Set, 2020

Menos de 1% dos infetados usou nova aplicação para avisar contactos

Na última semana, apenas nove doentes introduziram código na aplicação para avisar pessoas com que estiveram em contacto. Foram feitas 20 chamadas para o SNS24.

Na última semana, foram apenas nove os doentes que introduziram na aplicação o código que permite alertar as pessoas com quem estiveram nos 14 dias anteriores. Isto apesar de, desde dia 1 de setembro (dia em que a aplicação ‘StayAway Covid’ foi lançada), terem sido detetados 2883 casos de infeção.

Feitas as contas, apenas 0,3% dos infetados introduziram, na aplicação, o código que é gerado pela própria app.

Estes nove alertas geraram já, pelo menos, 20 chamadas de pessoas para a linha SNS24, feitas por pessoas alertadas pela aplicação, segundo adianta o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

Para Luís Goes Pinheiro, a possibilidade de estabelecer de forma rápida as redes de contágio é a principal vantagem desta ferramenta, desde logo porque permite às pessoas saber se estiveram em contacto com algum doente, informação que, de outra forma, poderiam nunca chegar a receber.

Por outro lado, Luís Goes Pinheiro considera que a ‘StayAway Covid’ não deve ser vista como um fator adicional de ansiedade, mas antes o contrário. “As pessoas não têm que ficar ansiosas por usar uma ferramenta que serve para as ajudar, informando-as de que foram um contacto, e para lhes permitir que possam ajudar os outros”, sublinhou, considerando que a aplicação deve ser vista antes como um complemento importante.

Ao final da manhã de ontem, a aplicação ‘StayAway Covid’ já tinha sido descarregada em 684.795 telemóveis, um número que para o responsável pelos serviços partilhados da Saúde reflete uma positiva tendência de crescimento.

“Eu diria que é promissor o caminho que tem sido seguido e aquilo que vemos é que todos os dias temos mais downloads do que tínhamos no dia anterior e isso é muito estimulante”, referiu.

Questionado sobre qual seria o número ideal de utilizadores da aplicação que, como admitiu, depende da adesão das pessoas, o presidente do SPMS considerou que “não há um número ideal”. Reiterando a ideia de que “quantos mais melhor”, Luís Goes Pinheiro acrescentou que, por outro lado, importa também o tipo de pessoas que utiliza o sistema.

“Um sistema desta natureza é especialmente valioso no caso das pessoas que têm uma mobilidade grande, que contactam com muita gente”, explicou, apelando, em particular, para os estudantes universitários, que além de cumprirem o critério da mobilidade, têm facilidade em utilizar ‘smartphones’.

O responsável acrescentou ainda que, apesar de o número de utilizadores ainda representar uma minoria entre a população, a aplicação já demonstrou que valia a pena, pelo número de contactos que já permitiu identificar.

SO/LUSA

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