25 Set, 2020

Médicos recusam integrar Brigadas de Intervenção nos lares

Brigadas, que devem entrar em ação até final de setembro, ainda não têm médicos. Clínicos queixam-se da responsabilidade acrescida e de falta de condições.

As equipas das Brigadas de Intervenção Rápida (BIR), criadas para intervir de forma célere e eficaz em lares de idosos afetados por surtos de Covid-19, ainda não contam com nenhuma médico nas suas fileiras. Vários clínicos têm recusado o convite para integrar estas equipas, avança o jornal Expresso.

Os médicos falam numa grande responsabilidade em cenário de pandemia e em falta de condições de segurança para prestar cuidados de qualidade aos idosos. “A falta de condições está a dificultar o recrutamento. Por exemplo, não existir um gabinete ventilado no lar [é uma dificuldade]”, adianta Ricardo Garcia, diretor de operações da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), entidade que está incumbida de colocar em ação as BIR até final de setembro.

Para já, nas Brigadas, estão assegurados 275 ajudantes e auxiliares, sendo que 85 enfermeiros e 20 psicólogos estão em negociações com a CVP para integrar estas equipas, que terão como função garantir apoio aos idosos quando os funcionários dos lares não estejam disponíveis em caso de surto.

Mesmo pagando 50 euros por hora, um valor acima da tabela pública, ainda nenhum médico assinou contrato para fazer parte da BIR, sendo que a CVP procura 20 médicos de família ou internos para estas equipas. Terão como função “assegurar o controlo das doenças crónicas, renovar medicação, avaliar o estado de saúde”, diz Ricardo Garcia.

No entanto, a Ordem dos Médicos sublinha que não recebeu qualquer pedido para ajudar a encontrar médicos para as BIR. O bastonário Miguel Guimarães lembra que, durante a época crítica da pandemia, quase cinco mil médicos se ofereceram para ajudar.

TC/SO

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