18 Ago, 2020

Mais de 100 mil pessoas esperam por cirurgia fora do prazo aceitável

Os números, referentes a maio, indicam ainda que quase 45 mil doentes aguardavam há mais de um ano pela sua operação. SNS tem vindo a corrigir os tempos de espera para cirurgia.

Em maio deste ano estavam inscritos cerca de 242 mil doentes nas listas de espera para cirurgia, dos quais 43% (mais de 100 mil pessoas) já tinham ultrapassado o tempo máximo recomendado e clinicamente aceitável para a sua patologia. Os dados foram avançados ao jornal Público pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

No ano passado verificou-se uma melhoria nas listas de espera de cirurgia, com um aumento na ordem dos 10,4% de cirurgia programada e 27,1% na cirurgia de ambulatório. Em declarações ao Público, a ACSS disse que todo esse progresso foi “bruscamente interrompido devido ao surgimento da pandemia de Covid-19”.

Em julho, a ministra da Saúde já tinha apontado menos 85 mil cirurgias realizadas no SNS até maio, comparado com o mesmo período do ano anterior. Em janeiro deste ano, encontravam-se inscritos para cirurgia 252 mil doentes, dos quais cerca de 171 mil aguardavam dentro dos tempos máximos de resposta garantidos.

 

Tempos de espera para cirurgias estão a ser corrigidos

 

A ACSS referiu ainda que nos últimos meses deste ano “verificou-se que o número de utentes à espera de cirurgia há mais de um ano era de 27.495 em janeiro, 35.056 em fevereiro, 37.233 em março, 40.953 em abril e 44.780 em maio“. No entanto, a ACSS garante que “o SNS, através da sua rede hospitalar, está determinado a realizar o esforço necessário para cumprir o objetivo de melhorar o acesso ao Serviço Nacional de Saúde”.

Numa nota de imprensa, a ACSS esclarece que os hospitais do Serviço Nacional de Saúde têm vindo a corrigir os tempos de espera de cirurgias, que aumentaram devido à covid-19, e em junho houve uma “tendência de estabilização”.

Ainda de acordo com a informação da ACSS, tem estado a ser feito o reagendamento da atividade assistencial não realizada devido à covid-19, e a operacionalização das políticas previstas no Programa de Estabilização Económica e Social, “refletidas na renegociação do processo de contratualização para 2020”, “visando o aumento de produção hospitalar”.

“Foi estabelecida como meta a recuperação de 25% da atividade cirúrgica de doentes em Lista de Inscritos para Cirurgia (LIC) acima do TMRG, estando previsto aumentar o incentivo financeiro a pagar às equipas pela realização de produção adicional interna, de 55% para 75% do valor dos episódios em LIC cujos TMRG se encontram ultrapassados, num total de 26M€”, esclarece-se na nota.

AR/Público

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