27 Jul, 2018

IPO-Porto criou ‘e-mail’ para ajudar médicos sobre cancro de cabeça e pescoço

O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto anunciou esta quinta-feira a criação de uma linha direta de comunicação com o objetivo de "auxiliar e orientar" os profissionais de saúde sobre o cancro de cabeça e pescoço.

“Criámos um ‘e-mail’, de forma a que os profissionais clínicos possam interagir connosco com dúvidas, problemas e fotografias. Nesse sentido, podemos ajudar, orientar e até encaminhar determinados doentes para o hospital”, explicou à agência Lusa, Jorge Guimarães, coordenador da Clínica de Cabeça e Pescoço do IPO-Porto.

Além da criação do ‘e-mail’, o IPO-Porto realizou, durante a semana, uma formação que abrangeu cerca de 150 médicos de família, dentistas e enfermeiros.

Com o intuito de “partilhar informação com os técnicos de saúde primária que não estão habituados a lidar com este tipo de problemas [tumores de cabeça e pescoço] fora da instituição”, a ação de formação surge no âmbito do Dia Mundial de Cancro da Cabeça e Pescoço, que se celebra esta sexta-feira, dia 27 de julho.

Jorge Guimarães afirmou também que ainda existe “algum défice de formação” relativamente ao cancro da cabeça e pescoço e “pouca incidência dada aos tumores da cavidade oral nos cursos de medicina dentária e medicina”.

Para também “alertar sobre a doença”, o Hospital Militar Rei Dom Pedro V, no Porto, apoiado pelo Grupo de Estudos de Cancro da Cabeça e Pescoço (GECCP), realizou rastreios gratuitos à população. Segundo a presidente do GECCP, Ana Castro, em Portugal “50% dos diagnósticos realizados são feitos em fases avançadas da doença e isso têm implicações sobretudo no desfecho”.

“Habitualmente este tipo de cancro é mais comum em homens com idade superior a 50 anos, fumadores, que consomem muito álcool e com maus cuidados de higiene oral. Mas, neste momento, começamos a ter doentes jovens, abaixo dos 40 anos, que estão associados a infeções pelo vírus do papiloma humano”, explicou a presidente do GECCP.

Ana Castro considerou ser fundamental “divulgar ao máximo os sinais e sintomas”, uma vez que, acredita que estes são “muito facilmente confundidos com outras doenças”.

“Tentamos divulgar ao máximo os sinais e sintomas para as pessoas perceberem que são muito facilmente confundidos com outras doenças. As feridas na boca, dores de garganta, rouquidão e aftas que não cicatrizam em três semanas, são sintomas que devem chamar à atenção e levar as pessoas a falarem com o médico”, referiu.

Para a presidente do GECCP, é também essencial “um esforço educativo” que explique à população a importância da higiene oral, mas também do risco de infeção pelo vírus do papiloma humano.

“É fundamental as pessoas saberem que esta doença existe. Infelizmente ainda não alteramos o panorama de que três pessoas morrem em Portugal, por dia, com este cancro”, acrescentou.

LUSA

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