27 Jan, 2021

Hospital de Viana do Castelo pode transferir doentes para Vigo. Situação é “crítica”

Portugal já terá ativado o pedido de ajuda internacional. "O mais lógico é que a transferência de doentes seja feita entre hospitais junto às fronteiras", diz médico João Gouveia.

A administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) diz que a situação do hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo, é “crítica”.

“A situação do hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo é crítica, está a ser avaliada e ajustada, diariamente, ao número de casos de doentes infetados com o vírus SARS-CoV-2”, refere o hospital.

Portugal já terá iniciado movimentações para ativar o pedido de ajuda internacional, avança o jornal La Voz de Galicia. Já esta terça-feira, o secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales confirmou que o pedido vai ser feito mas ainda não está formalizado “completamente”.

“A área dos recursos humanos é uma área sempre difícil para nós e é natural que, como estados e como cooperação europeia, possa haver” colaboração. “Há capacidade de ajuda, nesta altura, haverá com certeza por parte de outros estados, como haverá noutras fases em que nós estejamos mais disponíveis, da nossa parte. Esses mecanismos são bidirecionais.”

Os primeiros doentes a serem transferidos para o estrangeiro podem ser os que estão na unidade de cuidados intensivos em Viana do Castelo, para a cidade galega de Vigo, como admitiu o presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos ao jornal espanhol.

“O pedido de ajuda [a outros países] já começou, embora não de forma oficial, e tem toda a lógica que se faça isso porque é um processo que, a nível europeu, pode levar vários dias e a situação portuguesa não permite perder mais tempo”, sustentou.

O mais lógico é que a transferência dos doentes seja feita entre hospitais junto às fronteiras, como foi feito em outros países europeus que ativaram esse mecanismo de ajuda”, sublinha o médico intensivista.

“Seguramente que os de Viana do Castelo vão para Vigo, os de Bragança vão para Zamora e os do Alentejo podem ir para Badajoz ou Sevilha”, antecipa João Gouveia.

A pressão na região do Alto Minho é, nesta altura, muito elevada. No entanto, o Hospital de Viana do Castelo garante que ainda não houve necessidade de transferir doentes para unidades hospitalares na Galiza. O presidente do Conselho de Administração do ULSAM, Franklim Ramos, explicou que “a transferência de doentes para unidades fora do país carece de autorização da tutela, sendo que, em caso de necessidade, o primeiro recurso é para a rede do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Na semana passada, Franklim Ramos disse que o hospital de Viana do Castelo tinha 164 doentes infetados com o vírus SARS-CoV-2 internados em enfermaria e cuidados intensivos. Na altura, estavam internados nas enfermarias do hospital de Santa Luzia, 139 doentes com covid-19 e 25 na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI)”.

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