12 Jan, 2022

Hospitais com dificuldade em completar escalas por terem pessoal infetado

“É um enorme desafio e tem sido um problema gravíssimo, em todas as áreas”, admitem os administradores hospitalares.

Os administradores hospitalares alertaram hoje que os hospitais estão com dificuldade em completar as escalas por terem muitos profissionais infetados com covid-19 e que a pressão continua elevada na pocura das urgências.

Segundo a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), a pressão nas urgências “reduziu ligeiramente, mas continua a ser elevada”, por falta de resposta nos cuidados de saúde primários e na linha Saúde24.

“A pressão [nas urgências] reduziu um pouco na última semana, sobretudo quando comparada com a semana a seguir ao Natal, em que se bateram recordes de procura, mas continua a ser uma pressão elevada”, disse à Lusa Xavier Barreto, da APAH, acrescentando: “Esta tem sido a principal dificuldades, mais do que a gestão dos doentes em internamento”.

O responsável sublinhou ainda a grande dificuldade que os hospitais têm tido em completar as escalas, não só porque muitos profissionais com filhos tiveram de ficar com eles com o prolongamento das férias escolares, mas também porque muitos outros estão infetados e a cumprir o isolamento.

“É um enorme desafio e tem sido um problema gravíssimo, em todas as áreas”, sublinhou.

Xavier Barreto admite que o período de isolamento para quem não tem sintomas e tem a vacinação completa, incluindo a dose de reforço, poderia ter sido diferenciado aquando da revisão feita pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que reduziu para sete os dias o período de isolamento dos positivos assintomáticos e acabou com o isolamento para os coabitantes de caso positivo que tenham vacinação completa com dose de reforço.

“Em França, por exemplo, admite-se que os médicos continuem a trabalhar se testarem positivo, desde que tenham a dose de reforço”, exemplificou.

“Eu não sou epidemiologista, mas da conversa que tenho com alguns colegas epidemiologistas e médicos de saúde pública considero que poderia ter havido uma diferenciação entre vacinados e não vacinados, sobretudo os vacinados com a dose de reforço”, acrescentou.

Xavier Barreto contou que no hospital onde trabalha – no Centro Hospitalar e Universitário de São João – há situações de profissionais assintomáticos que acabam por descobrir, em testes de rotina, que estão positivos, mas também há profissionais vacinados e com a dose de reforço e que têm sintomas”.

LUSA

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