Hoje, os doentes com cancro já não deviam preocupar-se com o TEV
Mariana Malheiro, oncologista, diz que os avanços na medicina e a educação do doente e família atenuam a gravidade da TEV.

Hoje, os doentes com cancro já não deviam preocupar-se com o TEV

A Trombose Venosa Profunda (TVP) e a Embolia Pulmonar (EP), em conjunto reconhecidas como Tromboembolismo Venoso (TEV), são complicações graves que podem ocorrer nos doentes com cancro. No entanto, com os avanços na medicina e na tecnologia, acredito que estes doentes já não deviam ter de se preocupar tanto com o TEV.

Primeiro, é importante entender que a própria doença oncológica pode aumentar o risco de TEV devido a vários fatores, incluindo a inflamação causada pelo tumor, alguns tratamentos oncodirigidos e situações de imobilização prolongada. No entanto, existem várias estratégias que podem ser utilizadas para minimizar este risco.

A prevenção do TEV começa com a educação. Os doentes oncológicos devem ser informados sobre os sinais e sintomas do TEV, bem como sobre os fatores de risco, o que pode permitir uma deteção precoce e um tratamento atempado. Além disso, os avanços na medicina permitiram o desenvolvimento de medicamentos anticoagulantes cada vez mais eficazes e seguros e mais facilmente administrados, que podem ser utilizados para prevenir o TEV quando identificados os doentes de alto risco.

Finalmente, a mobilização precoce e a fisioterapia podem ajudar a prevenir o TEV nos doentes que estão imobilizados ou acamados, uma vez que a atividade física regular pode melhorar a circulação sanguínea e reduzir o risco de coágulos sanguíneos. Para os doentes autónomos, a prática do exercício físico também deve ser sempre recomendada.

Em conclusão, embora o TEV seja uma preocupação legítima para os doentes oncológicos e profissionais de saúde dedicados a esta área, os avanços na medicina e a educação do doente e família atenuam a gravidade desta complicação. Com a estratégia de prevenção correta, acredito que os doentes podem concentrar-se mais na sua recuperação e menos na preocupação com o TEV. Afinal, ninguém deve ter de lutar contra o cancro e o TEV ao mesmo tempo.

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