21 Fev, 2020

Eutanásia: Associação de Cuidados Paliativos lamenta decisão

Associação pede esclarecimentos ao Ministério da Saúde sobre os médicos que vão proceder à sua prática. da eutanásia.

A APCP apela para uma “tomada de posição firme e concreta” relativamente a “quem vão ser os elementos do Estado ou do Sistema Nacional de Saúde ou os clínicos que vão proceder à prática desta decisão”, disse à agência Lusa o presidente da associação, Duarte Soares.

“O nosso receio é que os serviços de cuidados paliativos que sejam instrumentalizados para dar cumprimento a esta morte a pedido” e, nesse sentido, a associação pede “um esclarecimento por parte da senhora ministra e da Comissão Nacional de Cuidados Paliativos”.

Duarte Soares referiu que o que se sabe pela ciência é que “os médicos que estão mais envolvidos no fim de vida são aqueles que mais rejeitam a eutanásia”.

Por outro lado, defendeu, “os serviços de cuidados paliativos são muitos escassos”, acrescentando: “Estamos sempre a falar em investimento, portanto, é necessário clarificar se são estes meios escassos, que fazem uma cultura completamente diferente, que vão ser utilizados para esta matéria”.

Sobre a aprovação na generalidade dos cinco projetos para a despenalização da morte medicamente assistida, Duarte Soares, afirmou que não foi uma surpresa. “Era expectável a decisão por parte do parlamento”, afirmou, mas o presidente da associação acredita que “ainda não é o final deste longo processo”.

Mas a associação vê com “muita tristeza” a aprovação de um “ato que pode aparentar ser progressista e moderno, mas que na verdade nada vem acrescentar àquilo que é a necessidade de investirmos em serviços de cuidados paliativos e de apoio efetivamente aos milhares de portugueses que querem viver com dignidade até ao fim”, salientou.

Apesar de acreditar que esta decisão ainda vá demorar “bastante tempo” a ser colocado no terreno, Duarte Soares disse que “a associação será a primeira a alertar as entidades competentes quando a decisão se transformar na realidade da Holanda em que muitos dos casos ultrapassam completamente as barreiras legislativas que são hoje colocadas”.

“Teremos esse papel e olhamos para o futuro com muito otimismo e com muita resiliência percebendo que a associação representa e lidera um movimento cívico que é completamente distinto na sua cultura”, vincou.

SO/LUSA

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