12 Abr, 2022

Especialista alerta para importância de rastreio à voz para despiste de doenças graves

"Estão a verificar-se disfonias, dificuldade para emitir a voz, rouquidão, e, em certos casos, neoplasias malignas", diz a coordenadora Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz.

A especialista Clara Capucho alerta para a importância do rastreio da voz, salientando que há muitas doenças que “estiveram mascaradas” durante o confinamento e que se revelam agora com a exigência do regresso dos artistas aos palcos.

Para despistar os casos mais graves de doença, a Fundação GDA – Gestão dos Direitos dos Artistas e o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental iniciaram esta segunda-feira rastreios de voz gratuitos, que se irão prolongar até quinta-feira, no âmbito do Dia Mundial da Voz, que se comemora a 16 de abril, com o lema este ano “Ergue a tua Voz”.

Os rastreios, que estão abertos a toda a população, decorrem na Unidade da Voz do Hospital Egas Moniz entre as 09:00 e as 17:00, mediante inscrição prévia no ‘site’ da Fundação GDA: www.fundacaogda.pt/dia-mundial-da-voz-registo.

“É essencial que os profissionais da voz façam rastreio!”, defendeu a otorrinolaringologista Clara Capucho, citada em comunicado, afirmando que muitos artistas portugueses estão “a sentir défices de performance de voz no regresso aos palcos”.

Segundo a coordenadora Unidade de Voz do Hospital Egas Moniz e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, estão a verificar-se nesta primavera disfonias, dificuldade para emitir a voz, rouquidão, falta de volume e projeção e, em certos casos, neoplasias potencialmente malignas.

“Estamos a acompanhar artistas que, entre muitos espetáculos que estão a dar, se debatem com problemas de desempenho da voz: os músculos do seu aparelho vocal estiveram inativos durante muito tempo, usaram máscaras durante períodos prolongados e, alguns deles, desenvolveram patologias que têm de ser tratadas e acompanhadas”, declarou.

A médica especializada na voz artística apelou aos cantores e atores profissionais para que não sujeitem a sua voz a súbitos acréscimos de exigência sem antes fazerem um rastreio às condições em que esta se encontra depois de dois anos com períodos de inatividade devido à pandemia da covid-19.

“É fundamental para cada artista fazer o rastreio e manter a vigilância aos sinais”, afirmou Clara Capucho, alertando: “o aumento do esforço para a emissão vocal provocado pelas máscaras continua a criar tensões musculares na zona cervical, nos ombros e no próprio aparelho vocal que estão a provocar, em certos casos, graves prejuízos na voz”.

O vice-presidente da GDA, também citado no comunicado, também apelou à comunidade artística para participar neste rastreio que, além de detetar eventuais patologias, é também um momento em que são aconselhados exercícios vocais para manter a voz saudável e apta para as exigências do mercado de trabalho.

LUSA

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