22 Mai, 2020

Enfermeiros infetados denunciam cortes no salário. Ministério vai investigar

O Ministério da Saúde vai “avaliar e analisar” se há fundamentação para a denúncia feita pela Ordem dos Enfermeiros .

“Iremos avaliar e analisar, perceber junto das respetivas Administrações Regionais de Saúde se há alguma fundamentação e corrigir”, disse o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, que falava aos jornalistas na conferência de imprensa diária de balanço sobre a pandemia de covid-19 em Portugal.

A OE denunciou que enfermeiros que foram infetados no trabalho com covid-19 estão a ser confrontados com “cortes significativos” ou mesmo ausência de vencimento, exigindo “medidas urgentes” ao Governo.

Em comunicado, esta estrutura diz que foi confrontada, nas últimas 24 horas, “com uma situação inadmissível, que não pode deixar de repudiar e denunciar, exigindo medidas urgentes ao Ministério da Saúde e ao Ministério do Trabalho”.

“Enfermeiros de todo o país, que foram infetados com a covid-19 no exercício de funções, foram confrontados com a ausência de remuneração ou cortes significativos”, adianta.

António Lacerda Sales disse que “não ter conhecimento dessa situação”, mas sublinhou que após a apurar, se vier a justificar-se, será corrigida.

A Ordem dos Enfermeiros diz ter recebido exposições de vários enfermeiros que, testando positivo há mais de 50 dias, não têm qualquer fonte de rendimento ou de proteção e dá como exemplo um casal de enfermeiros que, cada um, recebeu este mês apenas 60 euros de remuneração, referentes a horas realizadas em meses anteriores.

“Está em causa a sobrevivência da nossa única linha de defesa, aqueles que cuidam da vida de todos nós. É desumano, vergonhoso e inaceitável”, afirma o vice-presidente da OE, Luís Barreira, no comunicado.

SO/LUSA

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