10 Jan, 2024

Enfermeiros do Hospital de Santarém denunciam falta de condições de trabalho nas urgências

Enfermeiros do Serviço de Urgência do Hospital Distrital de Santarém (HDS) realizaram ontem um protesto contra as condições de trabalho, a falta de planeamento e a falta de profissionais nesta unidade de saúde.

Para denunciarem a situação, os enfermeiros do Hospital de Santarém convocaram também uma conferência de imprensa, hoje, à porta do hospital. “A verdade é que a situação nunca esteve tão má como está agora em termos de afluência e existe falta de planeamento para dar resposta aos doentes”, disse à agência Lusa, Helena Jorge, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Segunda a sindicalista, o serviço de urgência do hospital de Santarém está “caótico”, com uma “dispersão de doentes por todo lado” e com “falta de espaço para trabalhar”. Estas condições, segunda Helena Jorge, são um “abuso físico e psicológico em relação aos enfermeiros”.

A sindicalista referiu ainda que os meses de dezembro e janeiro são pautados por uma enorme afluência de doentes aos serviços de urgência e que essa situação devia ter sido antecipada e planeada pelo HDS.  “Nós hoje estamos a dar um grito de alerta. Grande parte dos enfermeiros estão em risco de burnout e outros precisam de apoio psicológico. Nós nem sequer estamos em guerra para ter uma situação destas”, frisou Helena Jorge.

Além da falta de condições de trabalho e da falta de planeamento, os enfermeiros reivindicam ainda a contratação de mais profissionais de saúde. Para o efeito, os enfermeiros de urgência vão enviar uma carta ao conselho de administração, à direção executiva do SNS e à comissão de ética do hospital.

Joana Nunes, enfermeira do Hospital de Santarém, disse à Lusa que, além de mais recursos humanos, os enfermeiros pedem também a “aquisição de macas, camas, medicação e ares condicionados” para dar uma melhor resposta aos doentes e que haja” planos estratégicos, pensados com a cabeça”.

Perante a elevada afluência de doentes, o HDS criou uma unidade provisória de internamento para aliviar a distribuição de doentes, suspendeu a atividade cirúrgica programada (à exceção da urgente e oncológica) e reforçou as equipas de enfermagem. Helena Jorge considerou, contudo, que estas medidas são insuficientes e que os enfermeiros ” não vêm grande solução nesta administração”.

Nos últimos dias, e à semelhança do que tem vindo a ser relatado a nível nacional, tem-se verificado elevada afluência de doentes ao Serviço de Urgência com necessidade de internamento.  Na segunda-feira, o HDS enviou um comunicado a dar conta que o hospital tinha um total de 295 doentes internados no serviço de Medicina Interna, o que representa uma taxa de ocupação de 200,68%.

LUSA

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