19 Jul, 2019

Ébola: Militares e polícia congoleses obrigam a cumprir medidas sanitárias

Militares e polícias vão obrigar os congoleses a lavar as mãos e tirar a febre, depois de a epidemia de Ébola naRDCongo ter sido declarada Emergência de Saúde

Militares e polícias vão obrigar os congoleses mais renitentes em lavar as mãos e tirar a febre, medidas essenciais depois de a epidemia de Ébola na República Democrática do Congo (RDCongo) ter sido declarada Emergência de Saúde Pública Internacional.

Segundo o coordenador da resposta ao surto no ministério congolês da Saúde, Aruna Abedi, as autoridades vão “forçar” as pessoas que resistirem às medidas consideradas essenciais para ajudar a travar esta doença que já matou mais de 1.600 pessoas desde o ano passado.

“Não é possível alguém recusar lavar as mãos ou tirar a febre numa altura muito crítica desta epidemia”, disse Aruna Abedi em Goma, uma cidade com mais de dois milhões de pessoas onde foi identificado o primeiro caso de Ébola no início desta semana. Esta cidade está próxima da fronteira com o Ruanda e tem um aeroporto internacional.

A pouco comum declaração de emergência de saúde púbica da Organização Mundial de Saúde surgiu na quarta-feira à noite, após a quarta reunião do comité de emergência, que anteriormente tinha recusado elevar o nível de alerta para desalento de alguns especialistas de saúde que há meses expressavam os seus receios.

O reforço da presença de soldados e polícias pode levantar objeções de alguns residentes e profissionais de saúde que enfrentam o Ébola numa zona de guerra.

A epidemia tem alastrado numa zona conflituosa do nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo), onde estão ativos dezenas de grupos rebeldes e comunidades desconfiadas que nunca tiveram antes contacto com a doença.

Os profissionais de saúde têm-se confrontado com a falta de informação e até ataques mortais, o que dificulta o trabalho de rastrear pessoas infetadas e o recurso a uma vacina experimental, mas eficaz contra o Ébola.

A declaração de quarta-feira traduziu-se rapidamente em receios de que os governos de países próximos possam fechar as fronteiras ou adotar outras medidas que poderiam prejudicar a economia local.

O ministro da Saúde da RDCongo resistiu a caracterizar o surto como uma emergência de saúde.

O governo do Ruanda disse que as medidas de vigilância na fronteira seriam mais apertadas, mas o tráfego fronteiriço circulava normalmente na quinta-feira. Angola, através da ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, também já se declarou preparada para travar uma eventual propagação da febre hemorrágica do Ébola, tendo sido reforçadas as medidas preventivas e de controlo sanitário nos principais postos fronteiriços com a RDCongo.

Esta é a quinta declaração de Emergência de Saúde Pública Internacional, sucedendo à de um anterior surto de Ébola na África Ocidental que matou mais de 11.000 pessoas (2014-16), o surgimento do vírus zika nas Américas, a pandemia de gripe suína e a poliomelite.

A OMS define este tipo de emergências como um “evento extraordinário” que constitui um risco para outros países e requer uma resposta internacional coordenada.

A OMS tem sido criticada pela resposta lenta à atual epidemia, que resistiu a declarar como emergência global até que o vírus se espalhasse em três países deixando mais de 1.600 mortos.

Pública Internacional.

Segundo o coordenador da resposta ao surto no ministério congolês da Saúde, Aruna Abedi, as autoridades vão “forçar” as pessoas que resistirem às medidas consideradas essenciais para ajudar a travar esta doença que já matou mais de 1.600 pessoas desde o ano passado.

“Não é possível alguém recusar lavar as mãos ou tirar a febre numa altura muito crítica desta epidemia”, disse Aruna Abedi em Goma, uma cidade com mais de dois milhões de pessoas onde foi identificado o primeiro caso de Ébola no início desta semana. Esta cidade está próxima da fronteira com o Ruanda e tem um aeroporto internacional.

A pouco comum declaração de emergência de saúde púbica da Organização Mundial de Saúde surgiu na quarta-feira à noite, após a quarta reunião do comité de emergência, que anteriormente tinha recusado elevar o nível de alerta para desalento de alguns especialistas de saúde que há meses expressavam os seus receios.

O reforço da presença de soldados e polícias pode levantar objeções de alguns residentes e profissionais de saúde que enfrentam o Ébola numa zona de guerra.

A epidemia tem alastrado numa zona conflituosa do nordeste da República Democrática do Congo (RDCongo), onde estão ativos dezenas de grupos rebeldes e comunidades desconfiadas que nunca tiveram antes contacto com a doença.

Os profissionais de saúde têm-se confrontado com a falta de informação e até ataques mortais, o que dificulta o trabalho de rastrear pessoas infetadas e o recurso a uma vacina experimental, mas eficaz contra o Ébola.

A declaração de quarta-feira traduziu-se rapidamente em receios de que os governos de países próximos possam fechar as fronteiras ou adotar outras medidas que poderiam prejudicar a economia local.

O ministro da Saúde da RDCongo resistiu a caracterizar o surto como uma emergência de saúde.

O governo do Ruanda disse que as medidas de vigilância na fronteira seriam mais apertadas, mas o tráfego fronteiriço circulava normalmente na quinta-feira. Angola, através da ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, também já se declarou preparada para travar uma eventual propagação da febre hemorrágica do Ébola, tendo sido reforçadas as medidas preventivas e de controlo sanitário nos principais postos fronteiriços com a RDCongo.

Esta é a quinta declaração de Emergência de Saúde Pública Internacional, sucedendo à de um anterior surto de Ébola na África Ocidental que matou mais de 11.000 pessoas (2014-16), o surgimento do vírus zika nas Américas, a pandemia de gripe suína e a poliomelite.

A OMS define este tipo de emergências como um “evento extraordinário” que constitui um risco para outros países e requer uma resposta internacional coordenada.

A OMS tem sido criticada pela resposta lenta à atual epidemia, que resistiu a declarar como emergência global até que o vírus se espalhasse em três países deixando mais de 1.600 mortos.

SO/Lusa

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