16 Jan, 2019

Dormir menos de seis horas aumenta risco de AVC e paragem cardíaca

Estudo levado a cabo por uma equipa de investigadores espanhóis revela que a qualidade do sono é um fator de risco para a saúde cardiovascular. Dormir mais de 8 horas também pode ser prejudicial, especialmente nas mulheres.

Dormir menos de seis horas por noite ou ter um sono conturbado (com muitos movimentos e interrupções) é um fator de risco para problemas do foro cardiovascular, sendo tão prejudicial para as artérias como fumar. O alerta é lançado por um estudo publicado no jornal da Associação Americana de Cardiologia.

A investigação, feita por uma equipa do Centro Nacional de Investigaciones Cardiovasculares (CNIC), em Madrid, Espanha, conclui que o risco cardiovascular aumenta em até 34% em pessoas com perturbações no sono ou que não dormem tanto quanto deveriam.

Com base numa amostra de 4 mil pessoas, sem histórico de doenças cardíacas, os investigadores relacionaram a qualidade do sono com o risco de AVC ou paragem cardíaca. Durante uma semana, os participantes dormiram com um dispositivo que mede continuamente os movimentos enquanto se dorme, analisando, assim, a qualidade do sono. Quanto mais os participantes se movimentavam ou acordavam durante as diferentes fases do sono, pior eram os indicadores. A média de idades dos participantes era de 46 anos.

Com base neste teste, os investigadores descobriram que as pessoas que dormem menos de seis horas têm um risco 27% maior de sofrerem de aterosclerose – acumulação de placas de gordura nas artérias -, em comparação com as que dormem entre 7 e 8 horas. Para aqueles que têm interrupções no sono e que se movimentam muito durante a noite, a probabilidade 34% superior.

O estudo também identificou risco vascular, ainda que numa proporção menor, nas pessoas que dormiam mais de 8 horas, especialmente entre as mulheres. “O nosso estudo é um sinal de alerta e mostra-nos um perigo que desconhecíamos até agora”, diz Valentín Fuster, diretor do CNIC.

“As horas de sono importam, mas também a qualidade do sono”, refere, acrescentando que “cada pessoa conhece-se bem e sabe como pode descansar melhor”. As pessoas que mostraram sofrer de perturbações durante o sono tinham, regra geral, o hábito de consumir cafeína ou álcool durante o dia.

Além do aumento do risco cardiovascular, a acumulação de placas nas artérias é ainda responsável por problemas digestivos e má circulação, o que leva à dormência e à dor nas extremidades do corpo. Depois deste estudo, a qualidade do sono junta-se à lista de fatores que prejudicam a saúde cardiovascular, como a hipertensão, diabetes, sedentarismo ou obesidade.

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