Doença oncológica no doente idoso
[et_pb_section admin_label=”section”][et_pb_row admin_label=”row”][et_pb_column type=”4_4″][et_pb_post_title admin_label=”Post Title” title=”on” meta=”off” author=”on” date=”off” […]

Doença oncológica no doente idoso

[et_pb_section admin_label=”section”][et_pb_row admin_label=”row”][et_pb_column type=”4_4″][et_pb_post_title admin_label=”Post Title” title=”on” meta=”off” author=”on” date=”off” categories=”off” comments=”off” featured_image=”off” featured_placement=”above” parallax_effect=”on” parallax_method=”on” text_orientation=”center” text_color=”dark” text_background=”off” text_bg_color=”rgba(255,255,255,0.9)” title_all_caps=”off” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid” custom_css_post_image=”float: left;|| width: 180px;|| height:190px;|| object-fit: cover;|| margin-top: 30px;|| margin-right: 30px;|| margin-bottom: 10px;|| margin-left: 0;|| max-width: 180px;|| border: 3px solid #999999;|| border-radius: 150px;|| -webkit-filter: grayscale(100%);|| filter: grayscale(100%);” module_bg_color=”rgba(255,255,255,0)”] [/et_pb_post_title][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row admin_label=”Row” make_fullwidth=”off” use_custom_width=”off” width_unit=”on” use_custom_gutter=”off” padding_mobile=”off” allow_player_pause=”off” parallax=”off” parallax_method=”off” make_equal=”off” parallax_1=”off” parallax_method_1=”off” parallax_2=”off” parallax_method_2=”off” column_padding_mobile=”on” custom_css_main_1=”position: relative;||”][et_pb_column type=”1_4″][et_pb_team_member admin_label=”Person” name=”Raquel Palma” position=”Interna de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar ” image_url=”https://saudeonline.pt/wp-content/uploads/2018/12/IMG_5792.jpg” animation=”off” background_layout=”light” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid” module_class=”ds-thumbnail-blog-red” header_font=”|on|||” header_font_size=”16″]

Unidade de Saúde Familiar Flor de Lótus

[/et_pb_team_member][/et_pb_column][et_pb_column type=”3_4″][et_pb_text admin_label=”Text” background_layout=”light” text_orientation=”left” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]

Raquel Palma1, Maria Teresa Couto2, Denise Sousa3

1,2 Internas de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar, USF Flor de Lótus, ACES Sintra

3 Interna de Formação Específica de Medicina Geral e Familiar, USF Marginal, ACES Cascais

MHA, sexo feminino, 83 anos, viúva. Reside sozinha e tem apoio da única filha, que habita perto, para algumas atividades básicas de vida diária, dada a sua dependência moderada, de acordo com a Escala de Barthel. Dos antecedentes pessoais, de salientar hipertensão arterial, dislipidemia, anomalia da glicemia em jejum, excesso ponderal, doença arterial periférica, úlcera crónica da pele, estrabismo e glaucoma.

Trata-se de uma utente bastante frequentadora da unidade de saúde, sobretudo nos últimos meses devido à frequência de tratamentos que a sua úlcera crónica requeria. Recorreu a consulta aberta por queixas de tumefação indolor a nível do quadrante superior interno da mama esquerda, com alguns meses de evolução, que teria desvalorizado quando se apercebeu inicialmente. Preocupada com a situação, e já tendo a consciência da probabilidade diagnóstica da sua queixa, a utente consentiu realizar a mamografia cujo resultado de BI-RADS 5 veio mostrar algumas semanas mais tarde. Salienta-se que se tratava de uma utente sem cumprimento prévio do rastreio do cancro da mama. Após decisão partilhada, referenciou-se à consulta de Senologia do IPO de Lisboa. “Seja gripe ou seja cancro… é para tratar!” – dizia, esforçando-se por transparecer segurança de si mesma, porém com um sorriso triste, esboçando receio e pouca esperança.

Entretanto, pela mobilidade condicionada da utente, foi sugerido, por parte da equipa de enfermagem da unidade de saúde, a realização de consultas domiciliárias para vigilância e cuidados da úlcera crónica de pele. Por agravamento da lesão, foi realizado um domicílio médico, durante o qual a utente revelou sentimento de insegurança perante a sua situação clínica – “Nesta idade já não estava à espera desta surpresa…”. Ainda a aguardar a primeira consulta no IPO, questionou sobre aceitar ou não que fosse tratada, demonstrando preocupação por viver só e pela possibilidade de vir a ter de necessitar de cuidados de outrem. Foi evidente a revolta que sentia, a insegurança sobre o que lhe poderia acontecer em termos de tratamentos invasivos, mas, simultaneamente, a vontade de ser avaliada e ter uma opinião especializada.

Recentemente, recorreu novamente a consulta aberta por quadro clínico compatível com tromboflebite superficial, para a qual a utente foi orientada, com melhoria. Nesta consulta, trouxe a nota de alta do internamento que tinha tido para realização de biópsia da mama e do gânglio sentinela. De momento, aguarda consulta de decisão terapêutica no IPO.

A par do aumento da esperança média de vida, o diagnóstico de doença oncológica em idade geriátrica tem sido cada vez mais comum na prática clínica a nível dos cuidados de saúde primários. A patologia oncológica no doente idoso implica uma abordagem complexa, sobretudo perante um doente idoso frágil, pelo que a terapêutica deve ser individualizada e ter como objetivo primordial a manutenção da qualidade de vida.

Sendo a acessibilidade e a continuidade de cuidados duas das competências que melhor caracterizam a Medicina Geral e Familiar, conclui-se que o médico de família exerce um papel importante na orientação dos cuidados e na gestão do impacto causado no próprio e na família. Esta gestão é um desafio para o médico, por ter de decidir com o doente prosseguir a investigação e informar sobre as prováveis consequências que implicam um diagnóstico oncológico. Por fim, cabe ao profissional de saúde encorajar o doente a falar e validar sentimentos e emoções, escolhendo as palavras certas para acalentar quem tem de viver com este diagnóstico na última fase da sua vida.

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section]
Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais