Diagnóstico de Fibrose Pulmonar Idiopática pode demorar até 24 meses

Falta de ar, tosse seca e persistente e menor resistência física: sintomas comuns a outras doenças comprometem o diagnóstico.

Estes podem ser sintomas de muitas doenças, mas entre elas encontra-se a Fibrose Pulmonar Idiopática, uma doença rara, que afeta gravemente e de forma progressiva os pulmões, danificando-os através de um processo de cicatrização aberrante, designado fibrose, que os torna mais rígidos.

A troca de ar nos pulmões fica, assim, comprometida e, consequentemente, a respiração deixa de ser normal. Por isso, setembro, mês de sensibilização para a Fibrose Pulmonar Idiopática, é o momento ideal para alertar a população para esta doença, que afeta pessoas acima dos cinquenta anos, com maior incidência entre os sessenta e os setenta anos.

Segundo o Prof. António Morais, pneumologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), o diagnóstico é difícil e pode demorar entre doze a vinte e quatro meses, isto porque os sintomas são muitas vezes desvalorizados pelo doente e confundidos numa primeira fase com outras doenças cardíacas e respiratórias.

“Inicialmente, o doente tende a interpretar a dispneia de esforço (falta de ar, dificuldade em respirar) como uma consequência normal do avanço da idade.” Por outro lado, António Morais explica que inicialmente “são despistadas doenças mais frequentes, como a insuficiência cardíaca ou a DPOC, não havendo a sensibilidade de procurar igualmente a Fibrose Pulmonar Idiopática, mesmo quando as outras doenças não são diagnosticadas”.

Entre os exames que permitem identificar os casos de Fibrose Pulmonar Idiopática encontram-se “a TAC torácica, que se evidenciar um padrão de Pneumonia Intersticial Usual definitiva, é suficiente para diagnóstico. Nos outros casos, existem situações que necessitam da realização de biopsia pulmonar”. A cura está apenas no transplante pulmonar, mas existem medicamentos antifibróticos que permitem uma desaceleração na progressão da doença.

O Presidente da SPP deixa, por isso, um alerta aos especialistas: “quando despistadas as doenças comuns do foro cardíaco e respiratório, o médico deve pensar neste diagnóstico quando o doente se queixar de dispneia de esforço e/ou tosse seca e apresentar crepitações inspiratórias basais na auscultação pulmonar”. Quanto ao doente, importa “não desvalorizar os sintomas e procurar um médico quando a falta de ar, o cansaço e a tosse seca forem persistentes”.

SO/LUSA

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