11 Out, 2023

Declaração de Lisboa defende planos para a saúde mental e ambientes amigos dos idosos

Peritos internacionais defendem medidas de prevenção para o bem-estar físico, social e mental dos idosos e maior oferta de cuidados de saúde, num encontro da Direção-Geral da Saúde e da Organização Mundial da Saúde a decorrer em Lisboa.

Durante o Encontro Regional sobre Políticas Inovadoras para o Envelhecimento Saudável, que termina hoje, foi apresentada a “Declaração de Lisboa”, que apela ao desenvolvimento de planos para a saúde, nomeadamente na área das demências, a oferta de cuidados de saúde de alta qualidade e acessíveis e o envolvimento dos idosos na criação de ambientes amigos da idade.

O documento, que foi consensualizado entre peritos de vários países, apela ao envolvimento de todos os parceiros, nomeadamente pessoas de organizações internacionais, intergovernamentais, da sociedade civil e organizações não-governamentais, academia, ‘media’, setor privado e entidades relevantes, refere a Direção-Geral da Saúde em comunicado.

Na “Declaração de Lisboa” são definidas cinco prioridades que podem contribuir para o envelhecimento saudável, sendo a primeira a criação de medidas preventivas para o bem-estar físico, social e mental. Outras prioridades são “a criação de ambientes que tornem possível um maior envolvimento das pessoas nas comunidades ao longo do ciclo de vida, nomeadamente através de uma era digital mais amiga da idade” e o “acesso a cuidados de elevada qualidade, acessíveis e de suporte às pessoas idosas, aos seus familiares e cuidadores”.

A “implementação efetiva de políticas que alavanquem o potencial das pessoas mais velhas, nomeadamente combatendo o idadismo, a violência e o estigma” e a “disponibilização de dados e evidência que possam habilitar ações em torno do envelhecimento saudável” são outras prioridades definidas no documento.

O subdiretor-geral da Saúde, André Peralta-Santos, destaca, no comunicado, a importância deste compromisso, afirmando que “a Declaração de Lisboa é uma oportunidade para reconstruir e rejuvenescer, o que só é possível quando vários parceiros e países trabalham em conjunto”. “Temos de garantir que o aumento da longevidade que a ciência nos proporciona esteja associado a anos com saúde, independência e realização”, defende André Peralta-Santos.

Yongjie Yon, responsável na área do envelhecimento e saúde da OMS Europa, refere, por seu turno, que “se pretende reconstruir a história em torno do envelhecimento”. “O idadismo separa-nos e atrapalha o nosso potencial coletivo. Vamos quebrar barreiras e criar ambientes amigos das pessoas idosas, que capacitem todos para se conectarem, prosperarem e florescerem”, apelou Yongjie Yon.

O evento que termina hoje juntou mais de 120 peritos de 53 países e foi preparado em articulação com a Coordenação do Plano de Ação de Envelhecimento Ativo e Saudável do Ministério da Saúde e do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

LUSA

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