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Consumo de tabaco nas entradas dos complexos pedagógicos de uma universidade portuguesa.
O fumo passivo, também conhecido como fumo ambiental do tabaco (FAT) ou fumo em segunda mão, é uma mistura de gases e partículas em estado sólido ou líquido, libertados pela combustão de tabaco (cigarros, cigarrilhas, charutos, etc.), (California Environmental Protection Agency, 2005) e pelo fumo exalado dos pulmões dos fumadores. O FAT contém mais de 7000 compostos químicos, destacando-se mais de 50 pelo facto de serem cancerígenos humanos.
US Surgeon General, já em 2006 revelava que existia evidência suficiente para atribuir uma relação causa/efeito entre a exposição ao fumo passivo e o cancro do pulmão. A evidência sugere que um não fumador exposto ao FAT, em casa ou no local de trabalho, apresenta um risco acrescido de 20% a 30% de sofrer de cancro de pulmão (USDHHS, 2006).
A 1 de Janeiro de 2008 entrou em vigor, em Portugal, a Lei nº 37/2007, de 14 de Agosto, de controlo do tabagismo, que regulamenta aspetos tão diferentes como a sensibilização e educação para a saúde, a proibição da publicidade a produtos de tabaco, a proibição da venda de tabaco a menores, etc. Esta lei tem como principal finalidade a prevenção do tabagismo e a proteção da exposição involuntária ao fumo do tabaco. Nesse sentido, a lei contempla a proibição do consumo de tabaco nos locais de trabalho e recintos públicos fechados ou quase fechados, embora abra exceções. A lei veio dar uma proteção considerável aos não fumadores relativamente à exposição involuntária ao fumo do tabaco em locais públicos. No entanto, não abrange as casas e os carros e, por esse motivo, não garante a total proteção das crianças dos efeitos perniciosos do FAT.
A lei proíbe o consumo de tabaco no interior de todos os espaços das escolas básicas e secundários (edifícios e áreas ao ar livre); nos estabelecimentos do ensino superior é proibido fumar no interior mas permite-se o consumo no seu exterior. Neste momento, alguns membros da comunidade académica fumam à porta dos complexos pedagógicos e das escolas.
Com o objetivo de descrever o consumo de tabaco à porta dos complexos pedagógicos de uma universidade portuguesa, foi realizado em abril de 2018 um estudo observacional nas principais entradas de três complexos pedagógicos e de duas escolas, e à porta da cantina, do restaurante universitário e do grill, num total de 14 observações. Foram feitas observações e registos numa grelha elaborada para efeito, em cada uma das entradas à hora do intervalo da tarde, com boas condições meteorológicas. À porta da cantina, do restaurante universitário e do grill as observações foram feitas na hora de almoço (13 30h). Registaram-se as seguintes variáveis: número de pessoas presentes, número de pessoas a fumar, número de pessoas a fumar cigarro eletrónico, existência de cheiro a tabaco e número de pontas de cigarro no chão.
Constatou-se que:
- Uma média de 10 pessoas (com um intervalo de 2 a 45) estavam presentes nas entradas referidas na amostra.
- Em 5 das 14 entradas havia cheiro a fumo.
- A média de pessoas a fumarem nas entradas era de 2 (intervalo de 0 a 4).
- Apenas se registou uma pessoa a fumar cigarro eletrónico.
- Em 11 dos 14 locais observados havia cinzeiro.
- Todas as entradas tinham pontas de cigarro no chão, apesar dos cinzeiros.
- Em 12 locais havia mais de 20 pontas de cigarros no chão.
Podemos constatar que o consumo de tabaco à porta dos complexos pedagógicos e outros edifícios da universidade continua a ser um comportamento muito prevalente, sendo frequente o chão estar pejado de pontas de cigarros.
No imediato, é importante sensibilizar para a colocação das pontas de cigarros (beatas) nos cinzeiros. É preciso tomar medidas de Educação para a Saúde no sentido de incentivar o abandono do consumo de tabaco. É necessário promover uma Universidade livre de Tabaco, onde seja possível circular sem ser incomodado pelo fumo do tabaco. A proibição de fumar deve ser estendida ao exterior, como acontece nos estabelecimentos do ensino secundário. O cumprimento desta limitação ao consumo de tabaco deve ser acompanhado de uma oferta de consultas de desabituação tabágica aos professores, funcionários e alunos fumadores, pela Universidade ou pelos Centros de Saúde que dão apoio à comunidade escolar.
Nota: Dados recolhidos pelos alunos da Unidadae Curricular “Temas de Saúde em Ambiente”, do Mestrado em ENSINO DO 1º CICLO DO ENSINO BÁSICO E DE MATEMÁTICA E CIÊNCIAS NATURAIS NO 2ºCICLO DO ENSINO BÁSICO, da Universidade do Minho.
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