Comunicar em Saúde: Principais desafios e possíveis soluções
Joana Borges, Healthcare Division Manager na Guess What, escreve um artigo de opinião sobre a comunicação na área da saúde.
A comunicação na área da saúde é uma disciplina em constante evolução. Nos dias de hoje, enfrenta desafios significativos que exigem estratégias adaptadas para satisfazer as necessidades tanto dos profissionais de saúde como do público em geral. À medida que o mundo se torna mais digital e globalizado, as agências de comunicação, com as suas equipas especializadas em saúde, têm a tarefa de se adaptar aos tempos atuais, assegurando uma comunicação eficaz e transparente, fundamentada em dados.
Quais os principais desafios da comunicação em saúde nos dias de hoje?
- Demasiada informação e Desinformação: O tema não é novo, mas continua atual. A internet e o acesso fácil e rápido à informação trouxe uma explosão de conteúdos, mas também uma verdadeira confusão na distinção do que é credível e do que é apenas desinformação. A disseminação massificada leva a uma maior imprecisão e a informações falsa. Aqui reside o maior desafio, pois pode levar a decisões erradas e prejudicar a saúde pública.
- Privacidade e Ética: Com a crescente digitalização dos registros médicos e informações sobre os doentes, a privacidade tornou-se uma questão absolutamente central. A segurança dos dados é vital, e é fundamental que os doentes confiem que suas informações são tratadas de forma ética e segura.
- Linguagem Técnica: A linguagem médica é complexa e pode ser inacessível para o público em geral. Transmitir informações na área da saúde, de maneira a que seja compreendida por todos, é um desafio constante, especialmente quando se trata de abordar diretamente temas como doenças e tratamentos complexos.
- Consciência Cultural: Com comunidades cada vez mais diversas, a consciencialização sobre as diferenças culturais é essencial. O que funciona com uma determinada comunidade/grupo pode não funcionar em outra. Nos dias de hoje, a sensibilidade cultural é crítica para uma comunicação eficaz.
Como Superar os Desafios?
- Promover Literacia em Saúde: As agências de comunicação de saúde devem desempenhar um papel ativo na promoção da literacia em saúde. Isso significa educar o público sobre como avaliar informações de saúde, identificar fontes confiáveis e entender os princípios básicos da medicina.
- Transparência e Credibilidade: É essencial que a comunicação em saúde seja transparente e baseada na evidência. Como promotores de divulgação de informação, é imperativo promovermos a credibilidade das fontes de informação e destacar a importância da ciência e da pesquisa sólida.
- Humanização da Comunicação: A utilização de histórias pessoais e a humanização das mensagens podem tornar a informação de saúde mais acessível. Isso ajuda a superar a barreira da linguagem técnica e torna a informação mais relevante para o público.
- Utilização de Redes Sociais e Tecnologia: As redes sociais e a tecnologia desempenham um papel significativo na comunicação em saúde hoje em dia. Estas ferramentas são essenciais para alcançar públicos de uma forma mais ampla.
- Profissionais de Saúde: Para a comunicação em saúde ser eficaz, também precisamos que os profissionais de saúde o saibam fazer da melhor forma. Por isso, devemos investir em exercícios que os ajudem a perceber a melhor forma de divulgar mensagens, de forma clara, simples e objetiva.
Em conclusão, comunicar (bem) na área da saúde nos dias de hoje é um desafio complexo, no entanto, concretizável. Com estratégias que promovam a literacia em saúde, a transparência, a humanização e a utilização eficaz da tecnologia, as agências de comunicação, com equipas especializadas em saúde, desempenham um papel vital na promoção de uma sociedade mais saudável e bem informada. A adaptação constante às necessidades do diferentes públicos, e suas particularidades, e a colaboração com profissionais de saúde são a chave para superar os desafios atuais e futuros na comunicação em saúde.
Notícia relacionada
Literacia em saúde. “Optar-se por uma linguagem simples, não significa ser-se simplista”