14 Ago, 2018

Cientistas aliviam sintomas de prurido crónico nos animais

Um grupo de investigadores da Universidade de Zurique, Suíça, conseguiu aliviar sintomas de prurido agudo ou crónico em rato e cães, sendo que para esta última forma as opções de tratamento são muito limitadas.

Segundo dados da Sociedade Portuguesa de Dermatologia Venereologia, o Prurido com seis ou mais semanas de duração é considerado crónico. Pode ter como origem causas dermatológicas, sistémicas, neurológicas, psicossomáticas ou psiquiátricas ou advir de uma combinação de vários fatores.

Hanns Ulrich Zeilhofer, professor do Instituto de Farmacologia e Toxicologia da Universidade de Zurique, e seu grupo de investigação descobriram agora uma nova maneira de aliviar o prurido, anunciam em comunicado.

Os investigadores utilizaram um fármaco experimental para aumentar o efeito de neurónios específicos na medula espinhal que impedem que os sinais de comichão sejam transmitidos para o cérebro. Os cientistas já haviam identificado e descrito estes neurónios há três anos. Desde então, utilizaram modelos genéticos de ratos para identificar dois recetores específicos que controlam o efeito dos neurónios na medula espinal. Esses recetores são parte de um grande grupo que é ativado pelo aminoácido transmissor ácido gama-aminobutírico, ou GABA. É com esses recetores GABA que, por exemplo, benzodiazepínicos, uma classe de medicamentos usados para tratar a insónia, a ansiedade ou a epilepsia, interagem.

O medicamento experimental usado pelos investigadores no seu estudo, que foi originalmente desenvolvido como um fármaco para a ansiedade, interage com os dois recetores identificados.

Nos seus testes, os farmacologistas foram capazes de mostrar que não só suprime o prurido agudo, mas também é eficaz contra o prurido crónico. Os ratos que foram administrados com o fármaco coçaram-se com menos frequência e suas alterações na pele cicatrizaram significativamente mais rápido do que nos animais que receberam placebo. O mesmo efeito supressor da comichão também foi observado em testes realizados em cães, em cooperação com o Departamento de Veterinária da Universidade de Zurique. O fármaco não causou efeitos secundários indesejáveis.

Hanns Ulrich Zeilhofer está otimista em relação aos resultados do estudo: “Estamos confiantes de que a substância que testamos também será eficaz em humanos.” Ao mesmo tempo, os resultados devem ser muito valiosos para a medicina veterinária, uma vez que, também os animais sofrem de comichão crónica.

Saúde Online

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