Cerca de metade dos adultos asmáticos em Portugal tem doença por controlar

Segundo dados da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), cerca de metade dos portugueses asmáticos vivem sem a sua doença controlada, resultante de uma “perceção errada” que têm do controlo da doença.

Em vésperas do Dia Mundial da Asma, que se assinala a 1 de maio, a presidente da Sociedade de Alergologia, Elisa Pedro, recorda que em Portugal há pelo menos 700 mil doentes asmáticos, o que representa mais de seis por cento da população nacional. Do total, 175 mil são crianças e adolescentes.

Os estudos e estimativas indicam que mais de 50% da população em idade pediátrica não tem a asma controlada, sendo que nos adultos a percentagem é de 43%. Segundo Elisa Pedro, ter a asma controlada significa ter uma vida sem limitações de atividade, podendo praticar exercício físico ou desporto, por exemplo.

A médica explica que o controlo da asma passa por não ter sintomas noturnos, não ter sintomas durante o dia, não ter crises e não necessitar de andar constantemente a recorrer ao inalador, além de manter uma função pulmonar normal nos exames médicos. “Nove em cada dez doentes que não tem a asma controlada têm uma perceção errada do estado de controlo da doença. Vão adaptando as suas vidas às suas limitações e creem que assim têm a doença controlada”, refere a presidente da SPAIC em declarações à agência Lusa.

Mas a asma, como a maioria das doenças crónicas, necessita de um tratamento diário e há doentes que, ao sentirem-se bem, não fazem a medicação. Há também casos de doentes que não aderem à terapêutica porque os medicamentos são caros ou de doentes que fazem incorretamente a medicação inalada.

Dados de um estudo do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde mostram ainda que o controlo da larga maioria dos doentes asmáticos permitira poupar mais de 180 milhões de euros por ano em Portugal.

Para ajudar a mudar a realidade da asma por controlar, vai ser lançada terça-feira uma campanha em Portugal que recorre à personagem “Vitinho”, um ícone da infância nas décadas de 1970 e 1980 que lembrava às crianças a hora de ir dormir e a importância de uma noite descansada.

A campanha inclui um vídeo onde são descritos alguns sintomas da doença e a importância de adesão à terapêutica, essencial para que um doente asmático tenha uma vida normal e sem restrições.

Lusa/So

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