Cartas microbiológicas fundamentais na escolha da antibioterapia empírica
A especialista em Patologia Clínica da Unidade Local de Saúde de Matosinhos fala do papel deste documento no conhecimento do ambiente microbiano, das resistências existentes e no apoio à decisão clínica.
O que são cartas microbiológicas hospitalares e de comunidade e para que servem?
Estas cartas permitem conhecer os agentes mais frequentes e o seu comportamento perante os antimicrobianos e são muito importantes para a escolha da antibioterapia empírica.
E qual o papel do microbiologista nos programas de uso apropriado de antimicrobianos?
Em primeiro lugar, o microbiologista deve elaborar estas cartas microbiológicas hospitalares e da comunidade.
Em segundo lugar, o microbiologista deve promover o antibiograma seletivo, relatando só nos seus laboratórios microbiológicos os antibióticos de primeira linha e as resistências observadas.
Em terceiro lugar, o microbiologista deve selecionar um conjunto de métodos de diagnóstico rápido, que permitam a identificação das bactérias, a deteção de mecanismos de resistência e também de diagnóstico de infeções víricas no sentido de evitar o uso excessivo de antibióticos
Por último, deverá promover uma boa comunicação com a clínica. Pode ser presencial, e as reuniões presenciais devem ser utilizadas sobretudo para os cuidados intensivos e intermédios, ou através de um telemóvel da instituição em que poderá esclarecer em todo o momento qualquer dúvida e mesmo através do processo clínico eletrónico, utilizando o diário para colocar a informação clínica relevante e até sugerir o ajuste da antibioterapia quando ela é desadequada.