4 Mar, 2021

Apenas metade dos convocados para vacinação responde aos SMS

Taxa de resposta é baixa, principalmente entre os mais idosos. Presidente da Associação das Unidades de Saúde Familiar critica falta de informação.

Pouco mais de metade (55%) das pessoas que receberam mensagens escritas por telemóvel, a convocá-las para serem vacinadas contra a Covid-19 no centro de saúde, responderam à SMS, como devem fazer todos os utentes contactos.

Segundo dados avançados pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) ao jornal Público, das 30.500” SMS de agendamento enviadas, foram “obtidas 16.799 respostas, ou seja, 55,08%”. Dos que responderam, “16.393 pessoas disseram sim à vacinação” e 406 recusaram a vacina”, o que representa apenas 2,47% das pessoas contactadas.

Perante as dificuldades em contactar as pessoas – principalmente os utentes idosos – por SMS, muitos centros de saúde estão a utilizar a chamada telefónica como alternativa para a chamada para vacinação. Aliás, os SPMS sublinham que “importa reforçar que todos os utentes serão contactados, sendo a SMS apenas o meio preferencial, em virtude da sua simplicidade”.

“Nas situações em que se verifique uma ausência de resposta à SMS, os centros de saúde podem sempre convocar os utentes para vacinação através de chamada telefónica e, em último recurso, enviar carta”, diz o organismo.

Ao SaúdeOnline, o presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar critica a falta de informação dirigida aos utentes, numa fase em que a vacinação já está em marcha. “Sugerimos a divulgação de vídeos informativos para a população, que poderiam passar em horário nobre na televisão, nos jornais. O objetivo era clarificar como a questão da convocatória, quem iria ser chamado, o que teriam de fazer. A verdade é que, agora que o processo já começou, ainda não estamos a chegar às pessoas“, diz Diogo Urjais, que revela que “muitas vezes, as pessoas ligam para a unidade de saúde depois de receberem a mensagem”.

Outro obstáculo é a desatualização dos contactos, que dificulta a convocatória. Mariana Freire, coordenadora da USF Alvalade, uma das primeiras unidades a iniciar o processo de vacinação, apela aos utentes para que atualizem os contactos na plataforma criada pelas autoridades de saúde. No entanto, os utilizadores queixam-se de falhas, com os novos dados a não serem assumidos pelo sistema de forma imediata.

A somar a isto, os centros de saúde deparam-se com outros obstáculos, como utentes que residem noutra zona, longe da unidade onde estão inscritos e utentes que saíram das listas porque não frequentam o centro de saúde há mais de três anos. “Estes utentes não estão a ser inseridos em nenhuma lista. Tem de se desbloquear esta inscrição ou serem colocados na lista de utentes sem médico de família”, avisa Diogo Urjais.

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