27 Jul, 2020

Algarve. Cirurgião demitido por contestar diferenças salariais vai ser reintegrado

O diretor do serviço de Cirurgia Geral do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve, que tinha sido demitido, vai passar a integrar a direção clínica do centro.

Segundo o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, Paulo Morgado, o ex-diretor de Cirurgia Gildásio Martins dos Santos “foi nomeado adjunto da direção clínica” do CHUA e “já não está na direção de serviço”.

O cirurgião foi demitido da direção daquele serviço em 23 de julho, último dia de mandato do anterior Conselho de Administração, presidido por Ana Paula Gonçalves, cuja equipa que foi oficialmente substituída em 24 de julho.

Quando assumiu funções, a nova administração, liderada por Ana Castro, decidiu dar ao ex-diretor “toda a possibilidade de se pronunciar, querendo, acerca da demissão”, já que a resolução não tinha sido “precedida do chamado direito de audiência do interessado”.

O cirurgião acabou por ser convidado para integrar a direção clínica do CHUA, num processo que Paulo Morgado classifica como “uma perspetiva conciliadora” desencadeada pelo novo Conselho de Administração.

 

Cirurgião assumiu descontentamento perante diferença nos valores das horas extras entre médicos do hospital e contratados

 

Segundo o secretário regional do Algarve do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), a demissão esteve relacionada com o facto de o ex-diretor ter assumido o descontentamento da classe com a diferença de valores pagos pelo trabalho suplementar aos profissionais do hospital e aos contratados.

[Martins dos Santos] Assumiu uma posição que é estar contra esta situação dos contratados – que é no fundo aquilo que todos nós nos queixamos a nível do país, que não faz sentido nenhum e é uma pouca vergonha – e, entretanto, como assume essa posição, cala-se as pessoas e resolve-se o problema”, considerou João Dias, após a demissão, em declarações à Lusa.

Em dezembro passado, os chefes de equipa de Cirurgia do Hospital de Faro manifestaram à anterior administração do CHUA a sua indisponibilidade para fazer urgências a partir de 1 de janeiro, reivindicando, entre outras, o pagamento idêntico ao dos chamados médicos tarefeiros.

Antes de ser diretor do serviço de Cirurgia Geral, Martins dos Santos foi diretor do serviço de Urgência e presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.

SO/LUSA

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