1 Jul, 2022

Adesão à greve dos trabalhadores do setor da saúde ronda 80%

Os efeitos da greve estão a fazer-se sentir sobretudo no atendimento e nos serviços de consultas", diz o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública.

A adesão à greve desta sexta-feira dos trabalhadores do setor público da saúde, exceto médicos e enfermeiros, rondava até às 08:50, os 70 a 80%, segundo fonte sindical, adiantando que há perturbações nas consultas e atendimento.

“Tal como esperávamos, a adesão à greve de hoje ronda os 70 a 80%. Os efeitos da greve, que abrange todos os trabalhadores da saúde, exceto médicos e enfermeiros, dos serviços tutelados pelo Ministério da Saúde, como hospitais ou centros de saúde, estão a fazer-se sentir sobretudo no atendimento e nos serviços de consultas do continente e das regiões autónomas”, disse à Lusa o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap).

De acordo com José Abraão, os trabalhadores estão “desesperados” e “querem ver resolvidos problemas que se arrastam há anos”.

“Na quinta-feira, fomos informados que está marcada para dia 27 deste mês uma reunião com o Ministério da Saúde para tentar resolver os problemas dos trabalhadores”, disse.

A paralisação, convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), foi motivada por reivindicações antigas que continuam sem resposta.

Em 07 de junho, a coordenadora da Federação disse que os trabalhadores estavam “há muitos anos à espera de concretização e de resolução dos seus problemas.

Em concreto, a coordenadora da FNSTFPS falou em problemas que afetam auxiliares de ação médica, técnicos superiores de saúde e técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, e que acentuam a instabilidade nos serviços de saúde e prejudicam o Serviço Nacional de Saúde.

“São situações que poderão parecer diversas e distantes, mas que no seu conjunto criam uma desmotivação aos trabalhadores da saúde, que em termos de retenção de trabalhadores na saúde em nada beneficia”, referiu.

Elisabete Gonçalves denunciou sobretudo problemas relacionados com a carreira desses profissionais, reivindicando a reposição da carreira de técnico auxiliar, e criticando também a alteração da carreira dos técnicos superiores de diagnóstico que “não traduz as especificidades destes trabalhadores”.

“Quanto aos técnicos superiores de saúde, há anos que lutam por procedimentos concursais de promoção que não estão a ser feitos, o que limita a valorização destes trabalhadores”, explicou a coordenadora.

A greve de hoje é dirigida a todos os trabalhadores de Portugal continental e da região autónoma dos Açores, e foi antecedida, na quinta-feira, de uma paralisação na região autónoma da Madeira.

LUSA

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