A pessoa com Dor no centro da decisão
Médico de Família na USF Terras de Bouro - ACeS Cávado II (Gerês/Cabreira)/Assistente Convidado na Escola de Medicina da UM/Vice-Coordenador para as Relações Externas no MGF.dor - Grupo de Estudos de Dor da APMGF

A pessoa com Dor no centro da decisão

A Dor Crónica é reconhecida há cerca de 20 anos como uma doença, atendendo às suas características e ao impacto que tem na qualidade de vida de cada pessoa que dela sofre.

Em Portugal, um em cada três adultos sofre de Dor Crónica. Os Cuidados de Saúde Primários, porta de entrada no Serviço Nacional de Saúde, tornam-se imprescindíveis na avaliação, orientação e controlo da Dor. É por isso necessário que os Médicos e Enfermeiros de Família sejam munidos dos meios necessários para tratar o maior número possível de pessoas com Dor, podendo assim ser criada uma rede de sinergias que tornem o patient-journey no sistema de saúde mais profícuo, simples e intuitivo.

O estreitar de laços entre os Cuidados de Saúde Primários e Secundários (neste caso, através de um contacto próximo com as Unidades de Dor Hospitalares) é essencial para o atingimento deste objetivo. Com este objetivo em mente, as duas maiores sociedades científicas portuguesas para o Estudo da Dor (APED – Associação Portuguesa para o Estudo da Dor e MGF.dor – Grupo de Estudos de Dor da APMGF) reuniram-se pela 1.ª vez numa sessão oficial no 40.º Encontro Nacional da APMG, o maior evento de Médicos de Família do país.

A discussão da Medicina da Dor com a pessoa no centro da decisão foi o grande mote desta sessão plenária, onde se fortaleceram os alicerces desta relação simbiótica que procura alcançar uma prestação de cuidados em matriz e a criação de consensos de boas práticas que possam orientar essa mesma prestação. Estas premissas são o fruto de uma colaboração de largos meses entre estas entidades.

Também procurando ir ao encontro das dificuldades sentidas pelos Médicos de Família na sua prática diária, o MGF.dor lançou oficialmente a compilação em livro da sua série de folhetos para apoio à consulta nos Cuidados de Saúde Primários no âmbito da Medicina da Dor, assim como anunciou o estudo científico nacional em curso sobre necessidades formativas nesta área do saber.

Finalizou-se, referindo-se o outro grande vetor que rege o trabalho do MGF.dor: a intervenção próxima e individualizada à pessoa com dor, capacitando-a para a sua doença. Neste prisma, temos realizado trabalho com associações de utentes e seus cuidadores, apostando na produção de material fidedigno e de qualidade para melhorar o conhecimento da pessoa sobre a sua Dor.

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