22 Fev, 2023

“A falta de controlo da pressão arterial agravou-se. O número de AVCs aumentou”

A pandemia teve um impacto negativo no controlo da pressão arterial (PA) nos doentes hipertensos, controlo esse que já se encontrava em níveis baixos antes do aparecimento do SARS-CoV-2, diz Luís Bronze, presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), em declarações ao SaúdeOnline.

“A falta de controlo da PA agravou-se. Durante a pandemia, uma percentagem importante de doentes não cumpriu a medicação, ou porque estavam demasiado preocupados com a pandemia, ou porque não tiveram acesso a médicos, ou porque foram vistos por médicos diferentes daqueles que habitualmente os viam – fator perturbador nas doenças crónicas. O impacto do agravamento do problema já é visível. Nos últimos dados da mortalidade, podemos ver que o número de AVC aumentou”, sublinhou o especialista, à margem do 17º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular Global, que decorreu de 9 a 12 de fevereiro, em Albufeira.

A verdade é que a pandemia só veio agravar um problema crónico. Ressalvando que os dados relativos à taxa de doentes não controlados variam consoante a fonte, o cardiologista da Marinha Portuguesa lembra que o estudo PHYSA, de 2014, já apontava para uma taxa de não controlo da PA de cerca 44% entre os doentes hipertensos medicados.

“O risco entre tomar a medicação e não estar controlado e não tomar a medicação de todo é semelhante. Fazer a medicação e não ter a certeza de que ela está a ser eficaz é grave”, sublinha Luís Bronze, também professor na Faculdade de Ciências da Saúde da Beira Interior.

SO

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