5 Set, 2022

88% dos utentes tinham médico de família em 2021, mas cobertura tem vindo a cair

Os dados mostram uma quebra no número de portugueses sem médico de família atribuído em relação a 2020. Este ano está a registar-se novo aumento acentuado da população sem médico.

Mais de 88% dos utentes inscritos tinham médico de família atribuído, mas este indicador “sofreu uma quebra de 2,8 pontos percentuais” em 2021, indicou a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

“Com a rede de cuidados de saúde primários a assegurar a cobertura de 96,8% dos residentes no continente, o indicador referente ao número de utentes com médicos de família sofreu uma quebra de 2,8 pontos percentuais, com 88,8% dos utentes inscritos com médico de família atribuído, tornando imperativo continuar a robustecer a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) neste domínio”, referiu a ACSS.

A informação consta de um comunicado da ACSS sobre o relatório de acesso a cuidados de saúde nos estabelecimentos do SNS e entidades convencionadas em 2021, documento que não foi, porém, disponibilizado.

Nos cuidados de saúde primários, a ACSS sublinhou a criação de 17 novas Unidades de Saúde Familiar (USF), passando a ser abrangida por este modelo organizacional um total de 65,7% da população.

“Nesta área regista-se ainda a realização de mais de 36 milhões de consultas médicas e de mais de 25 milhões de consultas de enfermagem, o que representa um aumento significativo, resultado também da campanha de vacinação contra a covid-19, promovida durante o ano de 2021”, adianta o comunicado.

Já na área hospitalar, a ACSS salienta que 2021 foi “também um ano de recuperação da atividade assistencial” prejudicada durante os primeiros anos da pandemia, registando-se o aumento de 17,3% do número de primeiras consultas externas, de 11,5% do total de consultas hospitalares e de 25,6% de cirurgias programadas.

Além disso, verificou-se, segundo os dados agora disponibilizados, uma “melhoria do grau de cumprimento” dos tempos máximos de resposta garantidos, assim como do número de cirurgias realizadas no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia de 22,5% face a 2020.

“No que diz respeito aos cuidados oncológicos, registou-se igualmente um aumento de 24,2% em relação ao ano de 2020”, refere a ACSS, que adianta que, no âmbito dos cuidados continuados, verificou-se um crescimento de 3,5% do número de vagas de internamento na rede nacional, face ao ano anterior, contabilizando um total de 9.797 vagas.

“Apesar de persistirem os impactos e alguns constrangimentos provocados pela pandemia, fica claro que 2021 foi o ano do início da recuperação e estabilização da atividade assistencial nos diferentes níveis de cuidados, bem como o de um significativo esforço das entidades de saúde e seus profissionais para a normalização do acesso ao SNS”, refere o comunicado.

SO/LUSA

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