24 Jan, 2022

Urgências de psiquiatria do São José em estado “degradante” e “humilhante”

Profissionais sublinham falta de espaços de observação e denunciam as dimensões “diminutas” do espaço, que não permite a entrada de macas.

Os profissionais de saúde que trabalham nas urgências de psiquiatria do Hospital de São José, do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC), queixam-se das condições “humilhantes” e “degradantes” em que são prestados os cuidados de saúde nesta unidade, denuncia o Expresso.

A primeira carta em nome de mais de 40 médicos psiquiatras às direções clínicas do São José e do Júlio de Matos, que data de 23 de outubro de 2020, já era um sinal de alerta para a falta de condições na oferta de cuidados de saúde. No entanto, a segunda missiva, enviada depois da mudança de instalações em novembro do mesmo ano, foi a que denunciou a dimensão do problema.

De acordo com os signatários, as instalações mais recentes são “totalmente inadequadas, pondo em causa de forma incontornável a segurança de profissionais e doentes e a qualidade dos cuidados de saúde e os direitos dos doentes”, mencionando em específico as dimensões “diminutas” do espaço, que não permitem sequer a entrada de macas.

Segundo confirmam, “os doentes acabam por ter de esperar ou ser observados na sala de espera ou nos corredores de passagem” e a ausência de um espaço reservado já resultou em “várias” situações de fuga.

Além destas queixas, os profissionais denunciam, ainda, a necessidade de recorrer à injeção de medicação na sala de espera das urgências gerais do hospital, “à frente de todos os outros utentes”.

No decorrer do ano passado, período onde foram enviadas mais cartas por parte dos médicos, chegaram respostas por parte da administração do CHULC, da direção clínica do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa e a coordenadora regional de Saúde Mental de ARS de Lisboa e Vale do Tejo, Teresa Maia, que visitou as instalações.

Por se tratar de um edifício centenário e devido à pandemia, foi reconhecida a existência de “constrangimentos”, sendo que o CHULC responsabiliza a anterior administração por ter “validado” o projeto das obras. No entanto, confirmam que estão previstas novas obras, para a criação de uma “sala de espera especifica”, sendo que se deverá, ainda assim, manter “as mesmas áreas funcionais”.

Não havendo soluções temporárias, a intervenção está dependente de financiamento – solicitado à tutela a 6 de janeiro –, segundo confirma o Ministério da Saúde.

SO

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais