Os nossos “SIRESP” ou os gigantones com pés de porcelana
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Os nossos “SIRESP” ou os gigantones com pés de porcelana

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Todos nós podemos errar, mas a perseverança no erro é que é loucura
Zenão de Citio

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No rescaldo do trágico incêndio que devastou o centro de Portugal várias questões se têm levantado. Um dos temas em destaque tem a ver com as falhas do sistema de comunicações entre os serviços chamados a intervir no caso de catástrofe: o tal SIRESP. A real dimensão das falhas e suas consequências farão ainda correr ainda muita tinta, mas não será este escultor de textos a contribuir para discussão com juízos baseados na ignorância. A outros fica a incumbência de, ou contribuírem com achas válidas para a discussão, ou de polui-la com pareceres nascidos da presunção e desconhecimento.
Proponho-me, isso sim, opinar com conhecimento de causa, sobre o “nosso SIRESP”, que é como quem diz sobre as aplicações informáticas do Ministério da Saúde. Usadas como bandeira de propaganda dos sucessivos governos (ora aqui temos um verdadeiro pacto de regime!) são duma calamitosa efetividade. Se for verdade que o SIRESP claudicou num momento de aflição, isto é, se não cumpriu a função para a qual foi desenhado, escrutinemos os outros sistemas que estão a falhar nas suas missões de forma continua, crónica, mas sem alarde. Deixem-me só referir a título de exemplo a PEM, aplicação recentemente premiada (!). Ora a PEM claudica diariamente, sem que venha a público o dano continuado daí decorrente. Pelo contrário, a eficaz propagada do SPMS vai iludindo a opinião pública com anúncios de progressiva desmaterialização dos cuidados de saúde e de supostos benefícios. Aplicações e programas não faltam. Pena é que funcionem tão mal e sejam responsáveis por inaceitáveis perdas de produtividade e pelo desgaste psicológico dos profissionais no terreno, já para não falar nos erros que a miúde induzam no ato da prescrição. O mais irónico é que o utente vai culpabilizar o médico pelo erro induzido pela aplicação. Como dizem os espanhóis a PEM “tira la piedra y quita la mano”.
A política de informatização da administração pública lembra a cega ganância dos nossos antepassados, que carregavam desmesuradamente as caravelas da carreira das Índias. Na ânsia de tudo ganhar acabavam, tantas vezes, no fundo dos oceanos. Toda gente já entendeu que o hardware e a rede de comunicações não aguentam o contínuo tirar da cartola de aplicações, cada vez mais lentas e sujeitas a falhas por sobrecarga. Porém, a aliança governantes/SPMS continua apostada numa fuga para a frente, alheia ao mundo real e recusando os avisos repetidos dos utilizadores.
A informatização da administração pública não deveria ser vista como um meio de propaganda, mas sim de agilização dos serviços prestados aos cidadãos.
A ser verdade que o SIRESP tenha, em larga medida, sido responsável pela tragédia de Pedrogão Grande, não é menos verdade que não deverá o país focar-se apenas neste sistema e no que correu mal no que a ele concerne. É imperioso que outros SIRESP, disseminados pelo aparelho de estado, sejam perscrutados e corrigidas as suas disfunções. Podem crer os portugueses que a inépcia dos sistemas de informação dos cuidados de saúde (e não só – Finanças, Educação, etc.) estão inquinados de deficiências. Causam dano, só que em fogo brando.

 

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