10 Mar, 2020

Suspender atividade clínica não urgente? Todos os cenários são possíveis, diz a DGS

A diretora-geral da Saúde garante que as medidas de contenção em Portugal estão a funcionar, mas alerta que o país tem de estar preparado para "todos os cenários".

Segundo Graça Freitas, que falava em conferência de imprensa em Lisboa, a situação em Portugal “está relativamente controlada”, uma vez que o país “não tem tido uma explosão de casos positivos” de infeção, pelo que “a contenção está a funcionar”.

Apesar disso, a diretora-geral da Saúde frisou que o país tem de estar preparado para enfrentar “todos os cenários”, assinalando que “o padrão de disseminação da doença” Covid-19, causada pelo novo coronavírus, “é diferente em diferentes países”.

Graças Freitas reiterou, ladeada pelo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, que as medidas de contenção da propagação do novo coronavírus serão adotadas proporcionalmente ao risco de infeção.

A diretora-geral da Saúde exemplificou que, caso haja um agravamento da situação epidemiológica em Portugal, poderá ser necessário “suspender a atividade clínica não urgente” para libertar mais camas de internamento hospitalar e mais médicos e enfermeiros para cuidarem de doentes com Covid-19.

De acordo com Graça Freitas, o plano nacional de contingência para a Covid-19 estipula que os recursos, como hospitais e laboratórios, e as “reservas estratégicas” de medicamentos e equipamentos de proteção individual sejam adaptados à medida que “a doença evolui, por fases”.

Neste contexto, considerou 05 de março (quinta-feira passada) como a “data adequada para abertura de concurso” para compra de material de proteção individual, sublinhando que a aquisição de novos equipamentos vai sendo feita em função da disponibilidade de ‘stock’ dos fornecedores.

“Não se coloca a questão financeira”, assegurou o secretário de Estado da Saúde, afastando a possibilidade de falta de dinheiro do Estado para a compra desse material.

Em Portugal há 39 pessoas com Covid-19, mais nove do que no domingo. A maioria dos casos está na região Norte, “foco mais ativo” da infeção e que está ligado a um doente proveniente de Itália, país fora da China, onde começou a epidemia, mais afetado.

SO/LUSA

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