Sindicato Independente dos Médicos propõe ao Governo acordo intercalar

O Sindicato Independente dos Médicos propõe, numa carta enviada ao ministro da Saúde, “um acordo intercalar”, com 15% de aumento salarial para todos os médicos em 2024, valor intermédio entre o proposto pelo Governo e o reivindicado.

Na carta a que a agência Lusa teve acesso, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) afirma que “o momento que o SNS [Serviço Nacional de Saúde] vive é de verdadeira emergência nacional”.

“Percebemos que, com a crise política instalada, o Governo não se queira ou possa comprometer para além do orçamento de 2024, no entanto, os problemas do SNS continuam a agravar-se, independentemente das eleições agendadas, pelo que é vital chegar a um acordo responsável”, defende o sindicato na carta enviada ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, com conhecimento do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro das Finanças, Fernando Medina.

Conforme sugerido por anteriores responsáveis do setor, nomeadamente a antiga ministra da Saúde, Maria de Belém Roseira, o SIM propõe ao Governo “um acordo intercalar, traduzido num valor intermédio entre aquele que o Governo propõe” e o que os sindicatos reivindicam.

“Em síntese, uma valorização do trabalho, para todos os médicos, de 15%, já em 2024. Ficaria, assim, por resolver com o próximo Governo a restante valorização, bem como a questão das 35 horas de trabalho semanal e das 12 horas em Serviço de Urgência – que compreendemos que possa ser faseada além de 2024 e que não seja passível de discussão no momento presente”, lê-se na carta assinada pelo secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha.

Dirigindo-se diretamente ao ministro da Saúde, o sindicato afirma que “esta cedência do SIM só pode ter uma resposta positiva por parte do Governo”. “Não a aceitar seria uma irresponsabilidade do Governo ainda em funções, face aos danos irreparáveis para o SNS”, sublinha.

Em declarações à Lusa, Roque da Cunha afirmou que se trata de “mais uma demonstração da grande vontade do SIM de chegar a acordo e mitigar as perturbações no SNS que afetam os portugueses”.

Os sindicatos representativos dos médicos e o ministro da Saúde voltam a reunir-se esta quinta-feira às 16 horas, após ter sido cancelada a ronda negocial de 08 de novembro, na sequência da demissão do primeiro-ministro.

LUSA

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