18 Jun, 2018

Secção Regional do Norte da OM assinala Dia do Médico com cerimónia de homenagem

A Secção Regional do Norte assinala a 18 de junho o Dia do Médico com uma homenagem aos médicos com 25 e 50 anos de inscrição na Ordem dos Médicos. No evento distingue ainda com o Prémio Daniel Serrão o aluno que, no ano letivo de 2016/2017, concluiu o curso de Medicina com a melhor média das escolas médicas da Região Norte.

“É um dia em que celebramos o futuro da Medicina em Portugal, entregando o Prémio Daniel Serrão ao Miguel Antunes Saraiva, e em que homenageamos o trabalho e a qualidade de duas gerações de médicos que têm sido um pilar essencial do SNS e que fizeram dele um serviço público de Saúde de excelência e de referência a nível mundial”, afiança o presidente do CRNOM, António Araújo

A entrega do prémio Daniel Serrão, no valor monetário de 1250 euros, ocorre numa altura em que mais de 2300 jovens médicos escolhem a especialidade médica. “Porém, é já certo que algumas centenas de jovens vão ficar sem acesso à especialização”. “O excessivo número de estudantes de Medicina e o aumento dos médicos licenciados no estrangeiro que querem fazer a formação específica em Portugal contribuem para engrossar uma bolsa de médicos sem qualquer diferenciação e a quem, muitas vezes, resta emigrar ou trabalhar para empresas de prestação de serviços, com toda a precariedade inerente”, adverte.

O presidente do CRNOM assegura que Portugal está a perder um ativo humano importante. “Estamos a falar de jovens médicos, irreverentes por natureza, com uma preparação acima da média e uma capacidade de diferenciação e inovação que pode catapultar Portugal para outros patamares de excelência”, diz.

“São muitos os fatores que contribuem para a saída, para o Privado ou para o estrangeiro, dos médicos com maior experiência e que constituem a base da formação médica pós-graduada», adverte o presidente do CRNOM, destacando a desregulamentação das carreiras médicas, a ausência de concursos públicos e o degradar das condições de trabalho no SNS. António Araújo explica que “sem médicos especialistas em número suficiente as unidades de saúde ficam sem capacidade para receber novos internos ou para cumprir os programas de formação”.

Perante estas dificuldades urge encontrar alternativas para os jovens médicos. “A profissão médica evoluiu muito e permite encarar novos desafios para lá da observação e tratamento de doentes”, diz António Araújo. Que aponta para “saídas profissionais que complementem os objetivos dos cursos, como a investigação, a bioinformática ou a gestão de unidades de saúde”. “A formação e o incentivo à investigação têm de ser desígnios de um país que se quer concorrencial e inovador”, acrescenta.

António Araújo enaltece “o trabalho, disponibilidade, atitude e qualidade do desempenho dos médicos que, face a inúmeros constrangimentos, continuam a assumir com elevado sentido de missão a defesa de um SNS de qualidade”. “Esse é um dos motivos pelo qual a Ordem dos Médicos homenageia os médicos que completam 25 e 50 anos de inscrição. Muito do que é hoje o SNS e os seus indicadores de excelência é fruto do trabalho destes médicos”.

“Temos um sistema público de Saúde que sobrevive com um subfinanciamento crónico, com profissionais que diariamente fazem o melhor possível com parcos recursos e em deficientes condições de manutenção”, diz o presidente do CRNOM. António Araújo recorda o legado de António Arnaud e destaca “a importância de preservar o ADN do nosso SNS”.

Neste dia a SRNOM irá ainda entregar o Prémio Corino de Andrade à Escola de Medicina da Universidade do Minho (EMed). Esta distinção, criada pela SRNOM em 2002, visa galardoar pessoas singulares não médicas ou coletivas que se tenham destacado pela prestação de serviços relevantes à Medicina e aos médicos portugueses. “A distinção reconhece o trabalho de qualidade desenvolvido na formação pré-graduada e pós-graduada em Portugal e traduz-se num acréscimo de responsabilidade”, explica António Araújo. Recorde-se que a EMed está a preparar uma reforma curricular que trará inovação ao ensino médico e poderá melhorar a formação dos médicos de que iremos precisar em 2030 ou 2040.

A cerimónia do Dia do Médico decorre no Salão Nobre do Centro de Cultura e Congressos da SRNOM (Rua Delfim Maia, 405 – Porto) e tem início agendado para 21 horas.

COMUNICADO

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