Relatório da AstraZeneca revela que voluntária desenvolveu condição neurológica
Relatório identifica voluntária como uma mulher saudável de 37 anos que desenvolveu mielite transversa "confirmada" após ter recebido a segunda dose da vacina.
O relatório de segurança interna da farmacêutica AstraZeneca, ao qual a CNN teve acesso, vem confirmar que uma voluntária desenvolveu mielite transversa após receber a segunda dose da vacina, o que obrigou à suspensão dos testes, avança a RTP Notícias.
Mielite transversa consiste numa inflamação que afeta a medula espinhal em toda a sua largura e bloqueia a transmissão dos impulsos nervosos.
A voluntária, saudável, com 37 anos de idade, desenvolveu dificuldades em caminhar, fraqueza, dores nos braços e outros sintomas associados à mielite transversa, de acordo com o documento datado de 10 de setembro.
A mulher de 37 anos foi hospitalizada a 5 de setembro. Quatro dias após a sua hospitalização, a farmacêutica negou os relatos de que uma participante teria sido confirmada com uma rara condição neurológica.
No documento é ainda referido que a voluntária foi observada por um neurologista que afirmou que a paciente não apresentava qualquer histórico de sintomas neurológicos ou outras doenças relevantes. Contudo, numa outra parte do mesmo relatório, foi referido que possuíam “informações limitadas sobre o histórico médico do paciente”.
Reação pode não estar associada à vacina
Segundo o neurologista que acompanhou a voluntária, esta já se encontra a recuperar. “A resolução dos seus sintomas é bastante rápida, considerando que ficou doente há apenas quatro dias”, refere o neurologista. “Os seus sintomas estavam a melhorar. A força e agilidade das suas mãos estavam a melhorar”, acrescenta.
O relatório conclui que a reação adversa desenvolvida pela voluntária foi considerada “improvável de estar associada à vacina ou não havia evidências suficientes para afirmar com certeza se a doença estava ou não relacionada com a vacina”.
Não existem registos de qualquer outro caso semelhante entre os restantes voluntários dos ensaios clínicos, mas a farmacêutica garante que “a monitorização próxima dos outros participantes continuará”.
Os ensaios clínicos da vacina desenvolvida pela AstraZeneca, em colaboração com a Universidade de Oxford, foram suspensos a 9 de de setembro em todo o mundo, após ter sido anunciado que um dos voluntários terá sofrido um efeito adverso, identificado na altura apenas como “uma doença potencialmente inexplicada”.
SO/RTP