30 Mar, 2020

Realizar testes como medida isolada pode levar a “uma falsa segurança” – DGS

“Resultados negativos podem dar uma falsa segurança e podem fazer relaxar", alerta a diretora-geral da Saúde.

“Essa medida sozinha, isoladamente fazer testes, não nos vai resolver o problema. Aliás, nenhuma medida isolada resolve o problema da covid-19”, afirmou Graça Freitas.

Segundo a diretora-geral da Saúde, o teste serve para identificar precocemente um caso positivo, mas “não serve para descansar os casos que forem negativos”.

“Resultados negativos podem dar uma falsa segurança e podem fazer relaxar (…) e dentro dos lares e dentro de todos os sítios onde existam várias pessoas a conviver devem manter-se no dia-a-dia hábitos de distanciamento social durante semanas, durante meses”, referiu Graça Freitas.

E especificou que, no caso específico dos lares de idosos, “uma questão muito delicada”, existem medidas encaradas como fundamentais: distanciamento social, utilização de equipamento de proteção individual quando for necessário, isolar qualquer caso positivo, reforçar a limpeza dos objetos, das superfícies e das camas.

“E sobretudo distanciar os utentes, distanciar todos os dias os utentes, nunca pensar que um teste negativo está garantido para as semanas, para os dias seguintes”, frisou a diretora-geral, acrescentando: “Não fiquemos com uma falsa segurança que um teste negativo nos dispensa das atitudes que todos os dias todos temos de tomar (…) Todas estas medidas é que são a garantia de minimizar o impacto deste vírus”.

Também a ministra da Saúde, Marta Temido, destacou a “preocupação central” que representam as estruturas residenciais para idosos e a importância da eficácia da resposta destas unidades perante um possível caso suspeito de covid-19.

“É urgente que todos se preparem e respondam imediatamente perante um caso suspeito”, disse Marta Temido, na mesma conferência de imprensa, referindo o papel essencial que desempenham as direções técnicas destas estruturas residenciais, com a aplicação de planos de contingência e em coordenação com o plano das autoridades de saúde competentes.

Por exemplo, segundo enumerou a governante, estas direções devem garantir que as camas dos utentes estão a uma distância de 1,5 a 2 metros, que espaços comuns são utilizados por turnos em horários desencontrados, que a circulação dos utentes nos estabelecimentos é reduzida para minimizar o risco de transmissão e que qualquer pessoa com sintomas (tosse, febre, falta de ar) deve ser isolada e avaliada por um médico.

A organização de funcionários em equipas, sem contacto entre si, é também uma medida importante, indicou ainda a ministra da Saúde.

“Se não houver condições [para separar fisicamente casos confirmados de covid-19 em lares ou para as medidas de prevenção aconselhadas] tem de se encontrar espaços alternativos na comunidade”, afirmou ainda a ministra, reiterando o apelo para a participação de voluntários para ajudar os idosos.

SO/LUSA

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