28 Abr, 2020

Portugal na média dos países da OCDE em termos de testes

Portugal está na média, muito acima de países como a França ou o Reino Unido mas abaixo da Islândia ou do Luxemburgo.

Os dados fazem parte de um documento disponibilizado pela instituição sobre os testes ao novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, e que são, diz, uma maneira de eliminar as restrições de confinamento.

No documento a OCDE analisa a percentagem de testes à covid-19 por mil habitantes em cada um dos 36 países da organização, sendo a média de todos os países de 22,9 testes por mil habitantes. Portugal surge na lista com uma média de 22,7 testes por milhar de habitantes.

Segundo os dados da OCDE, com data de 26 de abril, o México é o país com menos testes, 0,4 por cada mil pessoas, seguido do Japão (1,8), da Grécia (5,8) e da Hungria (6,6). Do outro lado da escala está a Islândia, com 134,9 testes por mil habitantes, seguida do Luxemburgo (64,6), da Estónia (36,9) e da Lituânia (36,6).

O documento salienta o papel dos testes de diagnóstico da covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, como parte de qualquer plano para suspender as restrições de confinamento e preparação para uma possível nova onda de infeções, que poderá acontecer caso as restrições sejam levantadas antes de haver uma vacina ou um tratamento eficaz.

“Fundamentalmente, a supressão rápida de infeções requer testes a mais pessoas, para identificar quem está infetado, garantir que não espalha a doença e rastrear os seus contactos”, assinala-se no documento, no qual se explica que além de se impedir o ressurgimento de surtos também se identifica pessoas imunes e se obtém informações sobre o desenvolvimento da pandemia.

Os testes são fundamentais para acabar rapidamente com novas ondas de infeções, diz o documento da OCDE, no qual se explica que há dois tipos de testes, o de diagnóstico molecular, que identifica quem está infetado no momento do teste. Tal, adverte a organização, exige um grande aumento da capacidade de fazer testes.

Os testes serológicos, que indicam se a pessoa já teve infeção, devem tornar-se mais rápidos antes de serem realizados em larga escala, uma medida também eficaz para reduzir a propagação do vírus.

Para reduzir o risco de novos surtos de infeções, a OCDE estima que 70% a 90% das pessoas com as quais uma pessoa infetada esteve em contacto têm de ser testadas e isoladas caso estejam infetadas. Tal medida, nota a organização, tem custos, ainda que mínimos comparados com os custos de um novo confinamento.

Há uma semana, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, disse que as autoridades de saúde portuguesas estão a “testar cada vez mais” e Portugal era então dos países que mais testes fazia a nível europeu.

SO/LUSA

 

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