5 Mai, 2020

Número de vacinas administradas em abril caiu quase para metade

Segundo os dados atualizados do Portal do SNS, em abril de 2019 tinham sido administradas 473.057 vacinas. Em comparação, este ano, foram administradas 247.810.

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) foi a que registou maior número de vacinas administradas (109.408), seguida pela ARS Norte (59.971), ARS Centro (47.411), ARS Algarve (16.399) e ARS Alentejo (14.621).

As autoridades de saúde já tinham alertado para a importância de não descurar o Programa Nacional de Vacinação (PNV), sobretudo nesta altura de pandemia da covid-19, lembrando que as vacinas previstas para o primeiro ano de vida conferem proteção contra 11 doenças potencialmente graves.

Numa nota publicada no mês passado, e perante a necessidade de adotar medidas de caráter excecional e temporário para prevenção da transmissão da infeção por covid-19, a Direção Geral da Saúde (DGS) definiu como prioritária a vacinação recomendada no primeiro ano de vida, sublinhando que “aos 12 meses, as vacinas contra o meningococo C e contra o sarampo, papeira e rubéola são muito importantes”.

“A situação epidemiológica do sarampo a nível mundial não permite adiar”, alertava a DGS, recomendando a vacinação “o mais breve possível” às crianças que têm estas vacinas em atraso.

A própria Organização Mundial de Saúde também avisou que a pandemia de covid-19 não podia pôr em risco as campanhas de vacinação contra outras doenças, como a poliomielite ou o sarampo, alertando que estas podem ressurgir.

 

Apenas os meses de janeiro e fevereiro registam valores superiores aos dos mesmos meses de 2019.

 

Em janeiro foram administradas 589.264 vacinas (535.777 em janeiro de 2019) e em fevereiro 461.591 (461.572 em fevereiro de 2019).

Em março os números começaram a cair, tendo sido registada a administração de 427.378 vacinas este ano (480.533 em período homólogo) e em abril a queda foi ainda maior, com 247.810 vacinas (473.057 em abril de 2019).

Há duas semanas, a coordenadora do PNV avisou que os pais devem tentar marcar previamente a ida ao centro de saúde para a vacinação, evitando aglomerados de pessoas nas salas de espera.

“Apesar dos espaços nos centros de saúde estarem separados, o melhor é marcar porque convém evitar aglomerados nas salas de espera. Quando não é possível marcar, por telefone ou email, (…) os pais devem ir e com toda a certeza terão uma solução”, afirmou Teresa Fernandes.

Em declarações na altura à agência Lusa, a responsável insistiu que até ao primeiro ano de vida as vacinas são prioritárias, assim como nos grupos de risco.

“Em algumas idades pode haver atrasos, como aos cinco anos, a pessoa tem durante o ano todo dos cinco anos para se vacinar, não é preciso ir agora. Mas nestes casos da primeira vacinação não se pode facilitar”, acrescentou.

SO/LUSA

 

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