27 Fev, 2023

Ministro da Saúde considera que resposta a internados por motivos sociais vai aliviar hospitais

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirma que o número de doentes internados por razões sociais, que atualmente está nos 665 doentes internados, o preocupa. Porém, garante que o modelo criado para dar resposta a estas questões “está a funcionar e já permitiu aliviar a situação”.

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou que o modelo criado pelo Governo para dar resposta a doentes hospitalizados por motivos sociais “está a funcionar e já permitiu aliviar a situação”, apesar de o número ainda preocupar.

“Seiscentos são 600 a mais. Apesar de tudo, há dois ou três meses atrás eram 1.100, o que significa que este modelo está a funcionar e já permitiu aliviar a situação”, realçou o governante, em Alcácer do Sal, no distrito de Setúbal.

No arranque de uma visita ao litoral alentejano, Manuel Pizarro foi questionado pelos jornalistas sobre a existência de 665 doentes internados em hospitais por razões sociais, segundo notícia publicada na edição de domingo do Diário de Notícias (DN).

“É um número que me preocupa e que nós temos de resolver”, assinalou, lembrando que os ministérios da Saúde e do Trabalho e Segurança Social estabeleceram em conjunto “um modelo de alta social dos hospitais”.

Considerando que este modelo já está a apresentar resultados, o ministro sublinhou, porém, que é necessário “continuar a trabalhar para criar uma alternativa” para estas pessoas que já tiveram alta e aguardam uma resposta.

“É preciso que os hospitais estejam aliviados destes casos, mas, sobretudo, é tema de dignidade humana”, pois “as pessoas não têm de estar internadas num hospital quando a sua situação clínica não se justifica”, vincou.

Por outro lado, ministro da Saúde referiu que “o internamento num hospital também representa riscos” para as pessoas, dando como exemplos as infeções hospitalares e a desinserção da vida comunitária.

“Este é um caso em que, apesar de tudo, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a ser o espaço onde essas pessoas têm o apoio de que necessitam. Precisamos de as tirar dos hospitais e vamos criar um modelo adequado para isso”, sublinhou.

Questionado sobre o fecho de 220 camas na Rede Nacional de Cuidados Continuados (RNCCI) nos últimos dois anos, o governante começou por reconhecer que “havia um financiamento insuficiente” e que, por isso, o Governo aumentou os valores pagos pelo Estado em novembro passado.

“Aumentámos em um pouco mais de 15% a diária das unidades de longa duração e em cerca de 7% a diária das unidades de média duração e fizemos isso com retroativos de janeiro de 2022”, disse, indicando que a medida “foi muito bem recebida pelo setor”.

Recordando que a RNCCI “tem 10 mil lugares”, o ministro da Saúde admitiu que não fica satisfeito “por haver 2% de encerramento” e mostrou-se resignado com os eventuais fechos: “Mas com isso temos de viver”, frisou.

Segundo o ministro, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tem “uma forte alocação” de financiamento para a abertura de “cerca de 5.500 camas de cuidados continuados de que o país ainda necessita”.

“Esse processo vai iniciar-se agora e tenho a confirmação de que, já este ano, vamos abrir largas dezenas de novos lugares em cuidados continuados”, revelou.

Sobre a visita aos cinco concelhos do litoral alentejano, no âmbito da iniciativa Saúde Aberta, o governante disse pretender “fazer um diálogo muito frutuoso” com as populações, autarcas, profissionais de saúde e administrações e direções de unidades.

“Esse diálogo é muito relevante e ajuda-nos muito, às vezes, a matizar as medidas de acordo com as necessidades de cada local”, acrescentou.

LUSA

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