6 Out, 2020

Médicos sentinela vão vigiar doentes com Covid-19

Sistema de vigilância da gripe é, este ano, alargado e vai receber informação das áreas destinadas à triagem dos doentes com Covid-19 e outras infeções.

O Programa Nacional de Vigilância da Gripe (PNVG), agora reativado para a época 2020/21 e que utiliza dados da Rede Médicos Sentinela, vai contar, este ano, com a informação vinda Áreas de Atendimento Dedicados aos Doentes Respiratórios (ADR). As ADR são espaços criados em hospitais e centros de saúde destinados a doentes com sintomatologia respiratória.

Segundo o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), esta alteração vai ao encontro das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, na sigla em inglês), no sentido da adaptação dos sistemas de vigilância da gripe à vigilância epidemiológica da doença causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (covid-19).

 

123 médicos sentinela a vigiar gripe, Covid-19 e outras infeções respiratórias

 

Reativado na semana de 28 de setembro a 04 de outubro, o Programa Nacional de Vigilância da Gripe para a época 2020/21 visa “estimar a incidência e intensidade da epidemia de gripe, assim como identificar e caracterizar os vírus da gripe em circulação”, adianta o INSA em comunicado publicado no seu ‘site’.

Até à época passada, o sistema de vigilância da gripe em Portugal era constituído por quatro redes-sentinela (Rede Médicos-Sentinela, Rede de Serviços de Urgência, Rede de Serviços de Obstetrícia e Rede de Unidades de Cuidados Intensivos) e por uma Rede não-sentinela (Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe), mas este ano será reforçado com nova rede sentinela: a Rede de Áreas de Atendimento Dedicados aos Doentes Respiratórios.

 

Dados das ADR vão ser enviados para o Instituto Ricardo Jorge

 

“Até aqui tínhamos médicos de família (123 no ano passado) que eram médicos sentinela”, adianta Ana Paula Rodrigues, do INSA, em declarações ao Jornal de Notícias. “Vamos pedir [aos profissionais das ADR para quando colherem a zaragatoa, para testar a Covid-19, a enviem também para o INSA, de modo a nós conseguirmos identificar os outros vírus respiratórios“, refere, acrescentando que as amostras positivas para SARS-CoV-2 poderão ajudar a fazer “a caracterização genética dos coronavírus em circulação em Portugal”.

Segundo o Plano da Saúde para o outono-inverno 2010/21, que funcionará na dependência do Ministério da Saúde, as atuais Áreas Dedicadas à covid-19 serão adaptadas em Áreas Dedicadas aos Doentes Respiratórios (ADR), quer nas unidades de cuidados de saúde primários, quer nos serviços de urgência dos hospitais, onde serão abordados todos os doentes com quadros respiratórios agudos de provável etiologia infecciosa, com critérios clínicos de gravidade que exijam a avaliação presencial.

Para reduzir as deslocações das pessoas com suspeita ou confirmação de covid-19 entre as unidades de saúde, estão em implementação medidas para dotar as ADR com pontos de colheita de amostras adequadas para a realização de testes laboratoriais.

Coordenado pelo INSA, o PNVG tem como principais objetivos identificar os vírus da gripe e outros vírus respiratórios em circulação no território nacional, assim como monitorizar a evolução da atividade epidémica da gripe e caracterizar genética e antigenicamente os vírus da gripe.

Parte da informação resultante desta vigilância é publicada semanalmente no Boletim da Vigilância Epidemiológica da Gripe, sendo que o primeiro boletim publicado no dia 8 de outubro.

SO/LUSA

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